Live “A Era das Finanças Verdes” vai discutir o potencial transformador de novas formas de financiamento do agronegócio responsável
Até o fim dessa década, o agronegócio brasileiro pode captar R$ 700 bilhões em operações com títulos verdes. A estimativa é da ONG britânica Climate Bonds Initiative (CBI), referência global no desenvolvimento dos critérios de rotulagem para esse tipo de transação, assim como na certificação de empresas para a emissão dos chamados green bonds. A cifra dá a dimensão do impacto que as finanças verdes, que combinam a busca de ganhos no mercado de capitais ao cumprimento de compromissos socioambientais pelos emissores dos títulos, podem provocar nas propriedades rurais brasileiras.
Além de valorizar quem já produz seguindo as melhores práticas agrícolas, de conservação e trabalhistas, a proliferação de operações com green bonds pode ser um estímulo a mais para guiar ainda mais produtores por esse caminho? Para discutir o potencial desse mercado e sua regulamentação, a Produzindo Certo convidou um grupo de especialistas, que protagonizará a live “A Era das Finanças Verdes”, na terça-feira 30 de março, às 19h00. Parte da série VOZES RESPONSÁVEIS AO VIVO, o encontro será transmitido ao vivo, de forma gratuita, pelos canais da empresa no YouTube e no Facebook.
Leisa de Souza, coordenadora de programa de Agricultura da CBI no Brasil e uma das responsáveis pelas estimativas, será a moderadora do painel e trará uma visão ampla das possibilidades abertas, tanto a produtores como a investidores, com o desenvolvimento do mercado de finanças verdes. Ela trabalha atualmente em conjunto com o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) na elaboração de critérios para dar mais segurança nas operações envolvendo agentes do agronegócio. José Angelo Mazzillo Júnior, secretário-adjunto de Política Agrícola no Mapa, mostrará como os órgãos oficiais podem contribuir nesse sentido.
Do lado privado, o encontro terá a participação de Juliana Lopes, diretora de Sustentabilidade, Comunicação e Compliance do grupo AMaggi, que acaba de realizar uma captação internacional de R$ 750 milhões com títulos verdes. Fabricio Pezente, CEO da Traive Finance, por sua vez, tratará de instrumentos que podem aproximar também os produtores de menor porte do mercado de capitais. Um exemplo é o CRA Verde.Tech, modelo desenvolvido pela própria Traive em parceria com a Produzindo Certo e a Gaia Impacto, que resultou em uma operação inédita em que sete produtores do Centro Oeste levantaram R$ 63 milhões através de Certificados de Recebíveis do Aronegócio (CRAs) vinculados a compromissos socioambientais em suas propriedades.
“Um tema com tamanho poder para democratizar o crédito e os seguros agrícolas, através de instrumentos inovadores, não pode ficar de fora da pauta de quem se preocupa em promover o agronegócio responsável”, afirma Aline Locks, CEO da Produzindo Certo e anfitriã do painel.
Conheça melhor quem são os participantes da live:
_Juliana de Lavor Lopes, diretora de Sustentabilidade, Comunicação e Compliance da AMAGGI e vice-presidente da organização Round Table on Responsible Soy (RTRS). Carioca formada em Relações Internacionais pela Universidade Estácio de Sá, obteve MBE (Master Business Economics) em Responsabilidade Social e Terceiro Setor pela UFRJ, MBA em Comunicação Corporativa pela UNESA/RJ, além de extensão em Liderança da Sustentabilidade pela Universidade de Berkeley, na Califórnia, e em Liderança e Aprendizagem para Sustentabilidade pela Society for Organizational Learning. Comandou a equipe responsável por algumas das mais importantes conquistas da AMaggi, como a certificação RTRS e o reconhecimento do Forest Footprint Disclosure (FFD). Juliana também representou a AMaggi em todo o processo de elaboração dos Princípios Empresariais para Alimentos e Agricultura no Pacto Global da ONU e atualmente é coordenadora do Grupo de Trabalho de Alimentos e Agricultura na Rede Brasileira do Pacto Global. É ainda a executiva da Fundação André e Lucia Maggi, instituição responsável pelo Investimento Social Privado da companhia, em que está desde 2006.
_José Angelo Mazzillo Júnior, Secretário-Adjunto de Política Agrícola no Ministério da Agricultura e membro titular do Conselho Nacional de Política Agrícola (CNPA). Bacharel em Engenharia de Produção (UFRJ) e Direito (Universidade Estácio de Sá) é mestre em Finanças pela PUC/RJ e pós-graduado em economia pela George Washington University (EUA), além de certificado no curso High Impact Leadership promovido pela Columbia Business School(EUA). Trabalhou 26 anos no Banco Central, atuando em várias funções, entre elas a de Chefe do Departamento de Crédito Rural e Proagro. Foi membro da Comissão de Governança Corporativa em Instituições Financeiras no Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e integrou a lista de Experts do FMI, onde trabalhou na avaliação do cooperativismo financeiro no Paraguai e na Lituânia. Representou o Banco Central no ICURN (Rede Internacional de Reguladores de Cooperativas Financeiras, EUA), onde também desempenhou a função de representante da América Latina e do Caribe.
_Fabricio Pezente, CEO e co-fundador da Traive Finance: Graduado em Engenharia Mecatrônica pela USP, fez carreira no mercado financeiro, tendo passado 14 anos no Credit Suisse no Brasil, onde liderou o grupo de modelagem quantitativa, foi operador de derivativos de câmbio e juros, originador, estruturador e distribuidor de créditos no Brasil e no exterior, interagindo com bancos, multinacionais e fundos de investimentos. Durante o MBA no MIT, focou no estudo e aplicação das novas tecnologias que estão impactando a indústria financeira, participando em projetos relacionados à aplicações práticas de Blockchain e Inteligência Artificial no reconhecimento de padrões de risco. Na Traive, está aplicando novas tecnologias para introduzir formas mais eficientes de analisar e distribuir risco de crédito agrícola, trazendo mais dados para emprestadores e tomadores, reduzindo a assimetria de informação que hoje define a dificuldade de investimentos no setor.
_Leisa de Souza (moderadora), coordenadora do Programa de Agricultura da Climate Bonds Initiative (CBI) no Brasil, entidade na qual ingressou em janeiro de 2019, após trabalhar como consultora em mudanças climáticas e sustentabilidade para a Carbon Trust e para BID e como assessora de política energética para a Embaixada Britânica. Trabalhou em vários projetos de cooperação técnica no Brasil, incluindo nos temas de energia, infraestrutura, transporte, inovação e agricultura. Tem mestrado em Energia e Transição Ambiental pela Universidade de Westminster, em Londres.
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