A voz do campo vai se multiplicar - Produzindo Certo
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A voz do campo vai se multiplicar

Quarta edição da série Vozes Responsáveis Ao Vivo inspira-se nos exemplos de produtores que já contaram suas histórias nas plataformas da Produzindo Certo

Há muitas boas histórias no campo. Trabalho de quem se preocupa em produzir de forma responsável, com cuidado com o meio ambiente que lhe garante recursos essenciais para seus resultados e com geração de trabalho e renda para quem vive no campo.

São essas histórias o insumo principal da quarta edição da série Vozes Responsáveis ao Vivo, uma iniciativa da Produzindo Certo criada há um ano para fazer com que a voz de todos os envolvidos com a produção responsável chegue mais longe. Essa comunicação será amplificada. No próximo dia 23 de novembro, às 19h00, a nova live da série servirá como plataforma de lançamento do Movimento #EuProduzoCerto, que vai mostrar o protagonismo de empreendedores rurais e que o desenvolvimento de boas práticas não depende do tamanho da fazenda ou do tipo de produção realizado.

O movimento é novo, mas as vozes responsáveis do campo já têm espaço garantido nas plataformas da Produzindo Certo há algum tempo, seja nas edições anteriores da série, seja na seção Eu Produzo Certo no nosso blog. Elas inspiram e comprovam que a adoção de boas práticas socioambientais é boa não apenas para o planeta, mas também para o negócio de cada uma delas.

É o caso de Dulce Ciochetta, administradora do Grupo Morena,  que integra Movimento Agroligadas, lideranças femininas do agro que buscam por meio da educação e da comunicação empática inspirar e conectar o campo e a cidade. Em sua fazenda, além das certificações que já possui, como a RTRS para a produção sustentável de soja, ela busca o selo de Empresa B – um reconhecimento internacional a organizações que equilibram propósito e lucro, e que consideram como suas decisões afetam trabalhadores, clientes, fornecedores, comunidade e meio ambiente. O processo de certificação exige uma série de requisitos, entre eles uma avaliação de impacto da sua operação e da sua cadeia.

“A gente percebeu que não precisava nem ser grande nem ser ONG para fazer o bem. A gente podia usar o nosso negócio como veículo para instituir, para implantar boas ações. E não precisava também ser ações grandiosas. Muitas vezes a gente acha que só é importante se for grande, se for muito divulgado, se for muito caro, se não é relevante, não é importante”, explica Dulce.

O empresário Pelerson Penido Dalla Vecchia, da Fazenda Roncador, uma das maiores do país, demonstra que alcançar resultados significativos e gerar melhores resultados socioambientais é possível mesmo em grandes empreendimentos. A fazenda localizada em Querência (MT) e seus impressionantes 152 mil hectares, área maior que a cidade de São Paulo, é uma referência em desempenho e resultados ambientais. Sem suprimir vegetação nativa, em uma década ele aumentou a produção em mais de 40 vezes e diversificou o que produz aumentando a biodiversidade local. Além disso, as melhores práticas aplicadas resultaram em maior fixação de carbono no solo o que tornou sua produção neutra em emissões de gases de efeito estufa (GEE).

“Sustentabilidade não é um palavrão. Sem o resultado econômico, o negócio não para em pé. Se você não contar com uma equipe motivada, com um turnover pequeno, pessoas agregando conhecimento e se desenvolvendo, você não consegue sustentar o desempenho. E se você não tiver gestão ambiental, vai aquecer o planeta e não vai conseguir produzir alimento na quantidade necessária”, reflete ele, destacando a interdependência. Em 2020, o grupo conseguiu um financiamento de um fundo norueguês interessado em commodities florestais tropicais e em proteção florestal, com juros abaixo da média do mercado.

Na fazenda da família Fiorese, em Água Fria, em Goiás, o reconhecimento do investimento em boas práticas agronômicas e socioambientais veio da própria natureza. Na propriedade foi identificada uma nova espécie de abelha, única no mundo, batizada de ceratina (ceratinula) fioreseana, em alusão à família. A descoberta foi oficializada pela publicação de artigo científico na Zookeys, publicação internacional referência nas áreas de zoologia, taxonomia, filogenia e biogeografia.

“É um orgulho imenso, uma espécie de presente da natureza em retribuição ao trabalho que temos feito. Queremos mostrar em nossa propriedade que é possível desenvolver uma agricultura de larga escala vivendo em harmonia com o meio ambiente”, afirma Henrique Fiorese, um dos administradores da propriedade. 

Orgulho também sente Alcindo Jorge Schinoca, da fazenda que leva o seu sobrenome, e que se denomina produtor de carne, grãos, floresta e água. Participante da segunda edição da série Vozes Responsáveis Ao Vivo, que tratou da busca por uma pecuária de baixo impacto em carbono, seu Schinoca contou sobre o modelo integrado de produção na propriedade localizada em Jaciara (MT). De outubro a fevereiro, cultiva soja; a partir de março planta milho e capim que servirá de base para a pastagem do gado, que ingressa na área em julho. O resultado é solo nutrido, atividade o ano todo, três safras ao ano e mais produtividade, que no caso do gado chega a 25 a 30 arrobas/ano.

“Estou tirando carbono da atmosfera e injetando no solo. E você tem um solo que está sendo coberto, não é uma pastagem degradada. Já foi o tempo de derrubar a mata e jogar capim. Estamos no século 21, agora é tecnologia embarcada em tudo que a gente faz”, ensina seu Schinoca que produz energia solar suficiente para toda a fazenda, incluindo armazém, secador e a fábrica de ração e mantém as nascentes e córregos d’água cercados e protegidos, contribuindo para a disponibilidade de água na região.

“Minha maior alegria é meus netos perceberem o que a gente tá fazendo para as gerações futuras”, completa.

A Produzindo Certo pretende engajar cada vez mais agricultores e pecuaristas em torno das melhores práticas socioambientais e espera inspirar essa transformação por meio das experiências de quem já trilha esse caminho.

Agora, uma edição especial da série Vozes Responsáveis Ao Vivo, focada nos produtores rurais, vai trazer três novas histórias. Três novas evidências de que é possível unir produção e sustentabilidade no campo. E que isso é bom para o meio ambiente e para as pessoas e é essencial para os negócios.

“Precisamos dar chance a nós mesmos de conhecer o que vai bem no mundo. E digo a vocês que muita coisa vai bem no mundo. Uma delas está relacionada ao campo e a extraordinários produtores que estão podendo dar sua voz e contar suas histórias. Sou um verdadeiro encantado pelas histórias que ouço e não posso estar mais feliz de ver a Produzindo Certo tomar seu tempo e vontade para nos fazer chegar esperança num mundo melhor através de quem faz”, definiu o empresário Leonardo Lima em suas redes sociais, ao demonstrar seu apoio ao Movimento #EuProduzoCerto.

Lima participou em março do Vozes, à época como diretor corporativo de Desenvolvimento Sustentável da Arcos Dourados (McDonald’s). Hoje usa sua experiência em gestão de sistemas de qualidade, cadeia de alimentos e sustentabilidade para apoiar empresas na adoção de práticas mais responsáveis.

Quarta Edição – Movimento #EuProduzoCerto

Quando: 23 de novembro

Horário: 19h

Convidados:

Tábata Stock, Grupo Família Stock

Marco Túlio Soares, Grupo Celeiro

Geraldo Condessa Azevedo, Fazenda Condessa

Participação:

Fábio Coelho, Engenheiro Ambiental na Produzindo Certo

Moderação:

Luiz Fernando Sá, Diretor da AgTalk

Transmissão ao vivo pela página especial no nosso site e pelas redes sociais da Produzindo Certo

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