É o que acredita o Gerente Executivo da EsalqTec, convidado confirmado na 5ª edição da série Vozes Responsáveis
De importador, para um dos maiores exportadores de alimentos do mundo. Está aí um título de grande orgulho do agronegócio brasileiro. De acordo com dados da Embrapa, em meados de 1974, o Brasil produzia algo em torno de 36 milhões de toneladas de grãos. A safra 2021/2022 está estimada em 269,3 milhões de toneladas pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
Números que confirmam não apenas o salto da produção agrícola nacional nas últimas décadas, mas que também evidenciam os resultados expressivos gerados pelo investimento em pesquisa e tecnologia. Essa é a opinião do gerente executivo da EsalqTec, Sérgio Barbosa, um dos especialistas que participarão da 5ª da série de lives Vozes Responsáveis, que será realizada dia 10 de maio, às 19h, com transmissão pelo canal do YouTube da Produzindo Certo.
Eleito em 2017 uma das personalidades mais influentes do agronegócio brasileiro, Barbosa é engenheiro agrônomo, formado na ESALQ/USP e desde 2005 está à frente da ESALQTec, incubadora tecnológica que atua junto a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz, da Universidade de São Paulo, como um centro de apoio a empreendedores da área tecnológica ligados ao Agronegócio.
Barbosa é um dos pioneiros do ecossistema de startups para o agronegócio no Brasil e um dos idealizadores do AgTech Valley, como ficou conhecido o polo de tecnologia voltado para o agro que se instalou n entorno da Esalq em Piracicaba (SP). Na entrevista a seguir, ele avalia o uso das tecnologias hoje pelos produtores brasileiros e também fala sobre como a inovação é importante para uma produção de alimentos cada vez mais sustentável e eficiente.
Fale um pouco sobre o trabalho desenvolvido pela ESALQTec. Quais principais resultados até hoje?
A ESALQTec tem como objetivos “Contribuir para a transformação do Conhecimento em Inovação” e “Atender as demandas empreendedoras da nossa comunidade Acadêmica e do Ecossistema Vale do Piracicaba”.
Somos um Programa da ESALQ/USP e apoiados pela Fundação de Estudos Agrários “Luiz de Queiroz”. Atualmente apoiamos mais de 120 projetos, entre empresas Residentes, Graduadas / Associadas e Pré-incubação. Já Graduamos 20 empresas Residentes durante os 15 anos de existência.
Como você avalia o uso da tecnologia pelo produtor rural brasileiro?
Entendo que o uso de tecnologia está no “DNA” do nosso produtor, que sempre busca alternativas para tornar o seu produto ou processo de produção o mais sustentável possível. Prova disso foi a contribuição para que em 40 anos o país tenha alterado a sua condição de “importador” de alimentos para um dos maiores “players” de exportação de comodities agrícolas.
A chamada “agricultura digital” já está presente nas atividades diárias do produtor, porém numa escala ainda inferior ao seu potencial, devido a várias razões. Entre elas, se destaca a questão da “conectividade” no setor rural.
A utilização de “bioinsumos” já está presente a mais tempo, porém as circunstâncias da atual conjuntura internacional, principalmente no que se refere aos fertilizantes químicos, dará um impulsionamento na utilização dos fertilizantes orgânicos, obtidos através do aproveitamento de resíduos, bem como os agentes microbiológicos condicionadores de solo.
Este último é oriundo de uma tecnologia muito bem desenvolvida e fortemente amparada com ciência própria brasileira, sendo que a diversidade do nosso clima tropical favorece a identificação de organismos benéficos, tanto para a fertilidade como para o controle biológico de pragas.
Quais os principais desafios hoje para ampliar o uso e o alcance das novas tecnologias disponíveis para o campo?
Como mencionado anteriormente, quando falamos de “agricultura digital”, o grande entrave é a conectividade. As agtechs têm desenvolvido excelentes oportunidades aos produtores para um processo mais sustentável.
Ainda necessitamos de validação destas tecnologias para os diversos biomas do Brasil, e de apoio para o acesso ao mercado, visto a grandeza territorial do país e seu agronegócio.
O desenvolvimento de “Ecossistemas Tecnológicos” pelo país voltados a Tecnologica para a Agricultura (ex. Londrina, Piracicaba, Cuiabá, Goiânia, etc.) colabora para o “posicionamento” destas agtechs no alcance de parcerias para P,D&Inovação, investimentos e oportunidades de negócios.
Qual o papel da tecnologia na busca por uma produção agropecuária mais sustentável?
Resumidamente no conceito de “Fazer Mais com Menos”! Produzir mais grãos, fibras, proteína animal e biocombustíveis com menos insumos, área, energia e tempo.
Saiba mais sobre a 5ª edição do Vozes Responsáveis
Veja como foram as edições anteriores da série Vozes Responsáveis