Sou engenheira ambiental. Felizmente, a carreira que escolhi me levou para dentro das fazendas, onde ativos naturais e produtivos precisam conviver em harmonia, e me deu a oportunidade de conviver com tantos outros profissionais desse grande universo chamado agronegócio.
Muitos deles são engenheiros agrônomos, profissionais que, nos últimos anos, assistem a uma profunda transformação na sua atividade. O agro muda rápido, eles precisam acompanhar.
Se debatemos tanto a necessidade de produzir mais para atender a uma demanda crescente por alimentos, fibras e energia, os agrônomos serão fundamentais.
Se precisamos fazer isso reduzindo o impacto ambiental da produção agropecuária e, preferencialmente, sem ocupar novas áreas, novas soluções agronômicas serão necessárias.
O Brasil possui cerca de 500 escolas de ciências agronômicas (que envolvem diversas áreas correlatas à Agronomia), com quase 100 mil alunos matriculados, segundo dados do Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia).
É um enorme contingente. Ainda assim, quem circula pelo interior do Brasil percebe que a demanda é ainda maior, sobretudo quando se vislumbra a diversidade de novas frentes de trabalho que esses profissionais podem ocupar.
Mais do que isso, impressiona o nível de qualificação buscado por empresas e produtores rurais, diretamente proporcional ao nível do desafio que se enfrenta diariamente no campo.
A complexidade tecnológica, o incrível avanço científico em áreas como a biotecnologia e os bioinsumos, a cada vez mais crucial variável climática, a sofisticação da gestão no campo…
O agrônomo do presente e o do futuro continuarão a sujar as botas com a terra que ajudarão a cultivar. Mas terão de saber muito mais sobre cada partícula daquele solo.
Continuarão bebendo da sabedoria do homem do campo e seu rico conhecimento empírico, mas terão, cada vez mais, de dialogar com as máquinas e sua inteligência artificial.
Estamos longe de atingir os limites da ciência agronômica e, acredito, o Brasil é o País que oferece as melhores condições para se formular os modelos sustentáveis que vão guiar os saltos de produtividade nos próximos anos.