A Produzindo Certo integra um seleto grupo de dez empresas que irão se apresentar ao mercado europeu no evento Brazilian Agritech Briefing
No próximo mês de junho, a Produzindo Certo desembarca em Londres, na Inglaterra, para uma turnê de oportunidades de negócios pela Europa. Trata-se do evento Brazilian Agritech Briefing, realizado pela embaixada brasileira na capital inglesa, órgão vinculado ao Ministério das Relações Exteriores, com objetivo de apresentar dez agtechs nacionais ao mercado europeu, sobretudo para possíveis investidores. A programação começa pelo Reino Unido, mas também passará por Berlim (9), na Alemanha, e Haia, na Holanda (12) – com participação das embaixadas em cada país.
Este ano, a escolha das empresas foi feita com base nos temas agfintechs e rastreabilidade e a partir de startups que já tenham passado pela Série A de rodadas de investimentos. De acordo com o segundo secretário do Itamatary, diplomata do setor econômico da embaixada brasileira em Londres e responsável pelos temas de agronegócio e sustentabilidade, Hugo Freitas Peres, a seleção das participantes é um processo difícil e criterioso. “Contamos com o apoio de hubs de inovação, instituições de pesquisa como a Embrapa e outros órgãos governamentais”, afirma Peres.
Segundo o diplomata, essa viagem é uma grande oportunidade para que as agtechs brasileiras apresentem o que estão desenvolvendo e até mostrem o nível tecnológico do agronegócio brasileiro. “Há um tremendo desconhecimento do que é a agricultura no Brasil e sobre as credenciais de sustentabilidade do nosso agro”, diz Peres. De acordo com ele, muita gente no Reino Unido não tem ideia, por exemplo, de quão distante a produção nacional de cana-de-açúcar fica do Amazonas.
Peres acrescenta que costuma ser uma surpresa quando os estrangeiros ouvem que o Brasil preserva 66% de suas florestas nativas ou sobre o tamanho da Amazônia Legal em relação ao território do Reino Unido. “A embaixada tem atuado para melhorar a imagem do setor por aqui”, afirma. Uma das ações nesse sentido é a realização, também, de um bate-papo chamado de Agrisustainability Talks, com a participação de diversas fontes técnicas da academia, do setor público, de empresas e da imprensa para falar sobre a sustentabilidade no agronegócio brasileiro.
Oportunidade de investimentos
Mais do que apresentar o que e como fazem, as startups participantes do Brazilian Agritech Briefing terão uma grande chance de atrair a atenção de possíveis investidores para seu negócio. “Londres tem uma importância econômica mito grande, e o Reino Unido tem interesse de investir em agricultura sustentável no Brasil”, comenta Peres. Segundo o diplomata, as oportunidades vão ainda na direção do capital científico, pois há possibilidades de parcerias técnicas no desenvolvimento de pesquisas com empresas europeias. “Aqui tem muito desenvolvimento tecnológico que pode ser complementar. Os ingleses direcionam bastante os estudos para monitoramento por satélite.”
Embora já tenha uma atuação internacional, a Produzindo Certo terá a possibilidade de ampliar esse alcance e sua capacidade de atender um número ainda maior de fazendas. “Parcerias de investimentos ou de desenvolvimento tecnológico podem fortalecer nosso potencial de trabalho e, dessa forma, teremos melhores condições de intensificar nossa atuação, inclusive em abrangência geográfica”, afirma o COO da empresa, Charton Locks, que estará na Europa em companhia da CEO Aline Maldonado Locks. “Será uma ocasião interessante também para mostrarmos a empresas da Europa a estreita relação entre o agronegócio brasileiro e a sustentabilidade”, acrescenta Charton.
A Produzindo Certo já realiza atividades com o intuito de apresentar ao mundo essa integração da produção agropecuária com a preservação ambiental, até mesmo trazendo estrangeiros ao Brasil para que vejam como isso acontece na prática. A diferença, agora, é que, assim como as demais startups que vão à Europa nessa ação do Itamaraty, contará com o apoio da Embaixada brasileira em Londres para facilitar e otimizar esse contato. “Sabemos que a participação das agtechs é muito importante em vários segmentos e que elas têm muito a acrescentar”, comenta Peres.