O produtor rural Glauston Tres acaba de receber um diagnóstico socioambiental de uma de suas propriedades, A fazenda Paraná, situada em Balsas, no Maranhão. Empenhado em ampliar a sustentabilidade das suas fazendas, ele agora faz parte de uma rede comprometida em impulsionar a soja responsável no Cerrado.
Munido do diagnóstico, ele se prepara para colocar em prática o plano de ação elaborado especialmente para a fazenda. “Recebemos e agora estamos em processo de adequação. Estamos no início, mas a ideia é demonstrar a sustentabilidade do nosso negócio”, disse o produtor em entrevista ao Portal Produzindo Certo.
Segundo ele, o diagnóstico é bem detalhado. “É muito bem-feito e é muito completo. Envolve avaliação dos documentos da propriedade, análises visuais de satélite onde eles avaliam o CAR para entender se existe área de desmatamento, falta de reserva. Então fazem toda essa contextualização”, contou Glauston.
O diagnóstico destaca tanto questões macro quanto pontos específicos que visam melhorias para o dia a dia na fazenda. “Aponta um acesso na fazenda como tem que ser, um canal de comunicação, melhorias para deixar tudo público e acessível para qualquer um. É muito completo”, complementa.
Glauston é um dos produtores de soja que já começaram a receber assistência técnica gratuita da Produzindo Certo para a adequação socioambiental da propriedade.
Ele faz parte do Projeto Soja no Cerrado – Produtores em foco, também conhecido como Famer First Cluters, que conta com a parceria do Soft Commodities Forum (SCF), grupo que reúne as principais traders globais de soja: ADM, Bunge, Cargill, COFCO International, Viterra e Louis Dreyfus Company. A meta é beneficiar 240 produtores de soja dos estados da Bahia, Tocantins, Maranhão e Mato Grosso.
Quase 40 propriedades já estão cadastradas no projeto. Uma delas é a Fazenda Paraná, de Balsas, no Maranhão, do Glauston, que foi o primeiro, aliás, a receber o diagnóstico socioambiental da Produzindo Certo.
Foco na rastreabilidade
Produtor rural há 25 anos, Glauston passou a comandar as propriedades da família após o falecimento do pai, em 1999. Em 2023, iniciou a parceria com a Produzindo Certo com a Fazenda Tres Tres, em Cristalina (GO), na busca pela adequação socioambiental.
E este ano passou a fazer parte do Projeto Soja no Cerrado – Produtores em Foco com a outra propriedade do Maranhão, adquirida mais recentemente pela família, em 2012. Nas duas, a produção de soja é o carro-chefe.
A adoção do sistema de plantio direto e a geração de energia fotovoltaica para reduzir a demanda por energia elétrica são algumas das boas práticas adotadas nas propriedades. O objetivo é intensificar e ampliar essas práticas nos próximos anos.
O produtor acredita que a busca constante pela adequação socioambiental e por certificação para a produção é um caminho sem volta, embora, na opinião dele, ainda existem desafios para gerar mais valor para a soja.
“Está cada vez afunilando mais. Eu acho que a estratégia é, em um futuro a médio prazo, alcançar uma valorização de preço, como já acontece com outros commodities. Para você buscar uma certificação, ou você tem uma restrição, ou você tem um bônus”, destacou Glauston.
Para ele, o ponto chave é a rastreabilidade da produção, já que, diferente de outras commodities que são premiadas pela qualidade, como o café, as boas práticas e as adequações não alteram esse aspecto na soja.
“A soja de uma área de desmatamento ilegal, com trabalho escravo, e uma soja totalmente correta, visualmente não vão ter diferença”.
Portanto, o peso maior recai sobre as questões sociais, ambientais e de compliance. “Não é simples. Estamos falando de uma commodity que tem um volume muito dinâmico”, pontua.
Nesse aspecto, o produtor acredita que o projeto será essencial. “Eu entendo que um projeto como esse, em que as tradings buscam a parceria com a Produzindo Certo, é justamente para alcançar alguns nichos de mercado, gerar rastreabilidade do produto, conseguir certificação para agregar valor”.
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