Pesquisa demonstra importância da tecnologia no meio rural para aumento do PIB. Acesso a internet de qualidade ainda é barreira
Já virou lugar comum dizer que a pandemia acelerou a transformação digital, mudando a forma como as pessoas aprendem, trabalham, compram e se comunicam com amigos e a família. No campo não é diferente. No ano passado vários processos foram digitalizados no agronegócio, com a ascensão dos marketplaces de insumos agrícolas, do sensoriamento remoto de lavouras e, é claro, das ferramentas de monitoramento do uso da terra nas propriedades rurais. A tecnologia se mostrou uma grande aliada, por exemplo, da adoção de práticas mais responsáveis na agricultura e na pecuária, embora o avanço virtual ainda esbarre em uma barreira muito real: a falta de infraestrutura tecnológica que impacta não apenas seu modo de vida como também a produtividade do seu negócio.
Um estudo do Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA) em parceria com a Microsoft e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) apontou que menos da metade dos moradores da área rural em todo o Brasil pode contar com acesso à internet de qualidade. Nas áreas urbanas, esse índice chega a 76%. O mesmo trabalho também demonstra a importância da ampliação da conexão digital no campo. Se o Brasil alcançar o índice de 10 linhas de banda larga para cada 100 habitantes, isso pode aumentar o PIB (Produto Interno Bruto) em 1,21% ao ano.
Via computadores ou smartphones, os produtores têm acesso a ferramentas úteis para ajudar no planejamento e administração das fazendas, compra de insumos e até para aprender. A Embrapa, por exemplo, disponibiliza uma série de informações e orientações sobre boas práticas e tratamento de problemas como o manejo de pragas no formato online.
Ao longo da pandemia, segundo o próprio Ministério da Agricultura, Pesca e Abastecimento (Mapa), os serviços digitais contribuíram para gerar uma economia de R$ 43 milhões para produtores rurais. Desde março de 2020, o Mapa converteu para o formato virtual 50 serviços públicos antes disponíveis apenas para atendimento presencial. Mais de meio milhão de pessoas e empresas utilizaram o recurso, que também geraram R$ 117 milhões em economia para o poder público até dezembro. Ferramentas digitais foram utilizadas para a obtenção de crédito rural, registro de equipamentos agrícolas e ferramentas como o e-Sisbravet, de gestão da vigilância das doenças dos animais.
Isso sem falar em toda a tecnologia disponível para ampliar a produtividade e a rentabilidade das fazendas. Sensores de solo e de clima, máquinas agrícolas com tecnologia embarcada, drones utilizados na identificação de pragas e doenças e dispersão de agroquímicos de forma mais precisa e eficiente e análise de imagens de satélite são recursos mais sofisticados e complexos, mas que também trazem maior benefício ao setor produtivo e só estarão disponíveis em maior escala no campo com infraestrutura de conexão disponível.
Um outro levantamento, feito durante a pandemia pela Embrapa, Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), apontou que pelo menos 84% dos produtores rurais utilizam algum recurso tecnológico em sua produção. E 95% têm interesse em saber mais sobre agricultura digital. O custo de implantação (citado por 67%) e os problemas de conectividade (48%) são os principais entraves para elevar a digitalização em suas propriedades.
Na Produzindo Certo, a tecnologia também é um componente essencial. Sua plataforma digital foi aperfeiçoada e relançada em 2020, automatizando boa parte dos processos de verificação, e oferecendo mais transparência na relação entre produtores e empresas. Por meio de um painel interativo (dashboard), clientes da empresa conseguem analisar todos os resultados do diagnóstico socioambiental de uma fazenda ou de um grupo de propriedades. Acessível através de computadores e dispositivos móveis, a plataforma permite gerar relatórios instantâneos e alertas automáticos em caso de alguma alteração no status de um item avaliado.
Todos esses recursos estão à disposição do agro e devem ser valorizados e ampliados para ganhar escala de uso. Como demonstram as pesquisas, são investimentos com potencial de trazer mais retorno para os agricultores e para a economia do país, além de contribuir com desafios socioambientais pois aumentam a produtividade e reduzem a necessidade de expansão das áreas cultivadas. A tecnologia também é essencial para o monitoramento das cadeias produtivas.
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