O algodão brasileiro é referência internacional. Somos um dos principais produtores e exportadores da fibra. A safra 2023/2024 está estimada em cerca de 3,3 milhões do toneladas, volume que deve nos colocar na frente dos Estados Unidos e na terceira posição entre os maiores produtores globais, nos deixando atrás apenas da China e da Índia. Nas exportações, somos o segundo no ranking mundial.
Mas não são apenas esses números que fazem do algodão nacional um modelo de sucesso. Mais de 80% da nossa produção possui algum tipo de certificação socioambiental, além de ferramentas consolidadas de rastreabilidade.
O algodão brasileiro é também um exemplo mundial de comprometimento da cadeia como um todo, do campo ao varejo. Indústrias de vestuário têm investido na valorização da produção responsável junto aos consumidores.
Já oferecem, por exemplo, roupas onde o consumidor aponta seu celular para um QR Code e pode acompanhar todas as etapas do produto até chegar à sua casa, desde o produtor, fiação, malharia, confecção e o varejo.
Uma das startups que investem nesse segmento é a Ecotrace Solutions, que desenvolve a ferramenta de rastreabilidade digital para as roupas confeccionadas com algodão.
“Hoje nosso principal cliente é a Renner. Nossa plataforma foi desenhada para ter a rastreabilidade desde a origem do algodão (propriedade) até a roupa nas lojas, passando por todos os elos da cadeia. Tudo isso sendo suportado pela tecnologia blockchain”, conta Flavio Redi, CEO e cofundador da empresa.
Atendimento inédito
Com os produtores mais atentos à importância de certificar a produção de suas propriedades, a Produzindo Certo tem sido demandada a oferecer assistência técnica nesses processos.
Em 2024, a empresa realizou pela primeira vez visitas técnicas e a avaliação completa para a certificação de lavouras de algodão dentro do protocolo internacional Better Cotton Iniciative (BCI), um dos mais requisitados por compradores internacionais da commodity.
A ação inédita veio justamente por meio de uma contração particular de um produtor e representa um nova fronteira para a empresa. “Nossa assistência técnica especializada foi indicada ao produtor, que tem interesse em conseguir certificar de forma independente suas três fazendas, em Diamantino, no Mato Grosso”, conta a Head de Certificação e Compra Sustentável, Cristhiane Simioli.
Além da certificação BCI para o algodão, o produtor também pretende alcançar a RTRS (Round Table on Responsible Soy Association) para a produção de soja, cujo protocolo já é aplicado pela Produzindo Certo há vários anos.
Os especialistas da PC estão agora na fase de processamento de dados. O próximo passo é fazer o diagnóstico e apresentar ao produtor.
“Estamos fazendo a avaliação de conformidade para verificar como estão as fazendas diante do protocolo, ver quais adequações são necessárias para ver se ele vai seguir ou não com o processo de certificação”, explicou Cristhiane.
Esse atendimento inédito demonstra mais uma vez a capacidade de adaptação do protocolo da Produzindo Certo para atender a diversas demandas.
“A gente consegue customizar o nosso protocolo para qualquer outro. A gente já fez isso para a certificação RTRS, por exemplo, e já fizemos isso outras vezes para atender demandas específicas dos clientes”, destacou a Head de Certificação e Compra Sustentável.