O ano de 2025 promete ser decisivo para o agro brasileiro e global. Com a realização da 30ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP30), em Belém (PA), o Brasil assume um papel de protagonismo na agenda climática mundial, fortalecendo o diálogo sobre sustentabilidade, inovação e o papel do agronegócio na mitigação das mudanças climáticas.
Além disso, é um ano estratégico para o país consolidar iniciativas que garantam a conformidade com a Lei Antidesmatamento da União Europeia, que entra em vigor em 2026, impondo desafios e oportunidades para produtores e exportadores.
COP 30 no Brasil: o agro no palco global
Receber a COP30 coloca o Brasil no centro das discussões globais sobre mudanças climáticas. É a oportunidade perfeita para o país mostrar que o agro nacional não é apenas um pilar econômico, mas também uma referência em práticas sustentáveis.
A pauta deve englobar desde o uso de tecnologias verdes até a expansão de programas como a intensificação de pastagens e a restauração de áreas degradadas. A agricultura brasileira será uma vitrine de soluções que conciliam produtividade com responsabilidade ambiental.
“Se espera um caminhão ou um Bi-trem de dinheiro para apoiar a conservação também em áreas privadas no Brasil”, pontuou a CEO da Produzindo Certo, Aline Locks, em relação a expectativa de novos investimentos em projetos de sustentabilidade a partir do evento.
Lei Antidesmatamento: a corrida contra o tempo
Com a Lei Antidesmatamento da União Europeia prestes a entrar em vigor, 2025 é o último ano para o Brasil ajustar práticas e ampliar a rastreabilidade da produção agrícola. A legislação exige que os produtos exportados para o mercado europeu estejam livres de desmatamento, o que demanda transparência, monitoramento e certificação rigorosos.
“A gente sabe que é um desafio enorme para o Brasil. Não estamos preparados para a essa infraestrutura. A maneira como a gente trabalha commodity, fazer com que isso seja segregado vai ser um desafio, uma necessidade de investimento enorme”, disse Aline.
Esse cenário pode impulsionar iniciativas como parcerias público-privadas, investimentos em tecnologia e programas que valorizam a origem sustentável dos alimentos brasileiros.
Avanços na agricultura regenerativa
Outro destaque para 2025 é a expectativa de avanços significativos nos projetos de agricultura regenerativa. Nos últimos anos, essa abordagem ganhou força como solução para a recuperação de solos, sequestro de carbono e promoção da biodiversidade.
Grandes empresas e produtores têm apostado em práticas que vão além da sustentabilidade, buscando regenerar ecossistemas agrícolas. Projetos brasileiros de vanguarda, como consórcios agroflorestais e sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta, devem mostrar resultados concretos e servir como exemplo para o mundo.
Safra recorde e desafios climáticos
A safra de grãos do Brasil no ciclo 2024/2025 é projetada para atingir novos recordes, mais de 322 milhões de toneladas, segundo as primeiras projeções da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), consolidando mais uma vez o país como líder global na produção de alimentos.
No entanto, o caminho não será sem desafios. Condições climáticas adversas, como secas e eventos extremos, devem continuar testando a resiliência dos produtores.
A adoção de tecnologias como o monitoramento climático e o manejo adaptativo será crucial para enfrentar essas adversidades e garantir a produtividade.
Horizontes promissores
Diante de todos esses fatores, sem dúvidas, 2025 será um ano em que o agro brasileiro poderá reafirmar sua força como protagonista global, mostrando que é possível unir inovação, responsabilidade ambiental e alta produtividade.
Com grandes eventos e metas ambiciosas no horizonte, o setor terá a chance de consolidar práticas que transformam desafios em oportunidades, fortalecendo sua posição como referência mundial. É o momento de o Brasil liderar pelo exemplo, inspirando o mundo com soluções que não apenas sustentam, mas regeneram e criam um futuro mais equilibrado para todos.