Com o crescimento da equipe de analistas e o nascimento do primeiro filho, Cristhiane Simioli, gerente do time Produzindo Certo, enfrenta dois estimulantes desafios em 2021
Dia 29 de janeiro de 2008. A engenheira ambiental Cristhiane Simioli tem a data fresca na cabeça. Nesse dia, exatos 13 anos antes da conversa com a reportagem do blog da Produzindo Certo, ela começava sua trajetória profissional na então Aliança da Terra. “Hoje, quando acordei e olhei a agenda, fui confirmar na minha carteira de trabalho”, conta. “É exatamente a data em que ela foi assinada.”
De analista ambiental, recém-formada pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, a gerente de Monitoramento, Qualidade e Processos da Produzindo Certo, Cris, como é chamada pela equipe, evoluiu junto com a empresa. “Toda minha formação se deu graças à Aliança da Terra e, depois, à Produzindo Certo”, diz. Nessa trajetória, de fato, ela deixou sua marca em boa parte dos processos operacionais realizados pela empresa.
Hoje, Cristhiane Simioli é responsável pela organização e o gerenciamento das atividades da equipe de analistas ambientais e de sustentabilidade da Produzindo Certo. Ela mesmo começou na empresa como analista ambiental. Na época, o trabalho de processamento de informações, elaboração de diagnósticos socioambientais e mapeamento era, em grande parte, manual. Organizada e detalhista, ela acabou se identificando mais com o serviço realizado dentro da sede da empresa, atuando na retaguarda, com análises e melhoria dos processos internos. “Não cheguei a fazer muito trabalho de campo, apenas algumas visitas esporádicas a propriedades rurais de clientes”, conta. “Como sou cri-cri, chata com organização, acabei ficando mais encarregada de cobrar as pessoas, ordenar os arquivos e pensar a padronização dos processos”.
Curiosa, ela buscou informação sobre novas ferramentas para auxiliar nos serviços de geoprocessamento e foi se familiarizando com novas tecnologias que promoveram uma radical transformação na forma como as análises eram feitas. “No começo, a tecnologia que tínhamos era uma máquina fotográfica com GPS integrado, que parecia um tijolo de tão pesada, uma trena a laser e a caderneta de campo”, recorda.
“Hoje tudo isso cabe em um celular. Com a ajuda de softwares modernos e imagens de satélite, fazemos o processamento de uma fazenda de 80 mil a 100 mil hectares em uma semana. Antes demorava quase um mês, era feito tudo na unha.” Nos primeiros anos da empresa, a conferência dos dados e informações das propriedades – como alertas de embargos, trabalho escravo, ou desmatamento, por exemplo — exigiam a consulta a diferentes planilhas de Excel. Aos poucos, a tecnologia foi mudando esse cenário e, desde o ano passado, com o desenvolvimento da nova Plataforma Produzindo Certo, boa parte dessas informações são obtidas automaticamente a partir da inclusão do CPF do proprietário da fazenda.
O time liderado por Cristhiane Simioli hoje tem 13 pessoas, entre analistas de campo e no escritório. Ela responde pelas demandas, organização das agendas de visitas a propriedades, entre outras atribuições. O efetivo praticamente dobrou na virada do ano, com a chegada de seis novos integrantes, que ajudarão a atender a uma necessidade crescente e preparar a Produzindo Certo para atingir uma meta ambiciosa: triplicar o número de fazendas cadastradas da plataforma em dois anos. Hoje, são cerca de 1,6 mil, mas serão mais de 5 mil em 2023.
O treinamento e a integração dos novos contratados alteraram a rotina da equipe da Produzindo Certo no começo deste ano. Para Cris, o desafio foi dobrado. “Voltei da licença maternidade em meio ao processo de entrevistas”, conta ela, que ficou afastada, por um ótimo motivo, entre junho e outubro passados em função do nascimento de Pedro, seu primeiro filho. Antes disso, em função das restrições impostas pela pandemia de Covid-19, as atividades já haviam sofrido alterações, com parte das visitas suspensas e a implantação do trabalho remoto a partir de casa.
Entre março e junho, por exemplo, Cris só havia estado na sede da Produzindo Certo duas vezes. “Quando começaram a surgir os decretos de isolamento, estávamos com as equipes no campo, com agenda para até três semanas. Dois dias depois que eles saíram daqui comecei a receber ligações de produtores cancelando, dizendo que estavam fechando as fazendas e não poderiam receber visitas. Tivemos de voltar com todos em segurança. Ficamos até setembro sem viagem nenhuma”, revela.
Hoje, o time de analistas está de volta à estrada, mas seguindo protocolos sanitários rígidos. Antes de sair para uma nova viagem os profissionais fazem testes de covid e utilizam sempre máscaras e álcool em gel nas visitas. A empresa adquiriu kits também para serem distribuídos a produtores.
O novo modelo híbrido de operação, integrando home office e visitas escalonadas ao escritório, foi aprovado pela gestora acostumada a acompanhar de perto cada passo de seus comandados. “Foi uma surpresa muito positiva”, aforma. “Sempre tivemos equipe embaixo do braço, igual galinha com os pintinhos, mas nos adaptamos e deu muito certo”.
Quem ganhou com a novidade foi o pequeno Pedro. Com a mãe trabalhando em casa, ele recebe mais atenção nos intervalos e pode contar com a amamentação com leite materno por mais tempo. “Ele já nasceu como parte do time”, diz. “Foi muito comemorado pela equipe inteira, que acompanhou minha gravidez, e vai alegrar a vida de todo mundo”.
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