O acesso a linhas de crédito verde é um dos principais gargalos para o produtor que quer investir em sustentabilidade. E esse foi um dos temas tratados na nova edição do FlashCast, que recebeu a Especialista em Estratégias de Agronegócio do Sicredi, Daniela Santos.
“No último Plano Safra a gente teve uma mudança que foi muito significativa e muito importante em termos de sustentabilidade”, disse Daniela durante o bate papo com Charton Locks, COO da Produzindo Certo.
De acordo com ela, a redução de 0,5% na taxa de juros das operações de custeio aos produtores que possuem o Cadastro Ambiental Rural (CAR) analisado pelos órgãos ambientais e com as eventuais pendências acordadas por meio do Programa de Regularização Ambiental (PRA) foi muito “transformadora” para as instituições financeiras, mas apontou uma fragilidade.
“A gente sabe que hoje a base do Cadastro Ambiental Rural ainda não está muito avançada em termos de análise desses cadastros. A gente precisa que eles sejam analisados para que a gente possa conceder esse benefício”, destacou.
Além disso, a especialista também explicou que ainda faltam definições por parte do Governo Federal para a concessão de outras vantagens previstas no plano ao produtor que realiza boas práticas no campo.
“Essa mesma legislação trouxe mais 0,5% de redução na taxa de juros em função da adoção de práticas sustentáveis. E isso ainda está caminhando devagarinho. A gente ainda espera uma definição do Mapa [Ministério da Agricultura e Pecuária] e do Banco Central de quais são essas práticas”.
Além das linhas de crédito regulamentares, Daniela também destacou durante a entrevista que o Sicredi, um dos maiores sistemas de cooperativas de crédito do Brasil, trabalha com linhas específicas de incentivo à preservação. Inclusive está prestes a lançar uma novidade.
“Nós vamos lançar, estamos em piloto, um produto que apoia a regularização ambiental de propriedades rurais, que para nós é muito importante”, adiantou ela.
O objetivo é apoiar os produtores que enfrentam restrições de crédito por estarem em desacordo com leis ambientais ou sociais, a chamada “lista suja”.
“A gente buscou a solução através da CPR, a Cédula de Produto Rural. Nós rotulamos essa CPR como um objetivo de recuperação ambiental”, disse Daniela.
A nova linha de crédito prevê orçamento duplo, para produção e recuperação. “O associado se compromete a regularizar a área e a produzir. Na parte que não tem o embargo é a área produtiva, e a parte que tem o embargo é a área que precisa ser restaurada”.
Confira a entrevista completa!
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