Eles conhecem pouco, mas se interessam em saber mais sobre o verdadeiro cenário vivido em nossas propriedades rurais
Londres, Berlim, Haia. Três cidades, três perfis diferentes de investidores. Ao fim do tour de agtechs brasileiras, a bagagem volta repleta de aprendizados. O maior deles é o de que as oportunidades globais estão postas para quem souber responder às principais demandas dos consumidores. E o Brasil, pelo que pudemos ver in loco, está pronto para isso.
A Produzindo Certo foi uma das empresas convidadas a participar do Brazilian Agritech Briefing, roadshow organizado pelas embaixadas brasileiras nas três cidades europeias. Uma oportunidade única para dialogar com investidores qualificados, representando grandes gestoras e empresas e entender o que eles buscam. Mas, sobretudo, levar informações sobre o que fazemos aqui e que, como pudemos observar, muitos ainda desconhecem.
Eis a primeira das constatações valiosas desses encontros. Nosso agronegócio, principalmente a sua majoritária versão responsável, ainda é uma realidade pouco conhecida pelos donos do capital europeu. A boa notícia é que eles se interessam e que, se abrirmos mais canais como o desse tour, podemos levar a eles o verdadeiro cenário vivido em nossas propriedades rurais. A conversa tem de ser franca, sem esconder nossos problemas, mas sempre valorizando as soluções e o empenho de grande parte dos produtores em conciliar produtividade e preservação.
O primeiro encontro da série, em Londres, foi o que recebeu maior público. Perfil mais financeiro, como se espera no principal polo do mercado de capitais na Europa. Os questionamentos visavam a entender a capacidade de escalabilidade das soluções apresentadas pelas agtechs e fintechs brasileiras. O “drive” aqui é resultado associado a conservação.
Tecnologia foi a chave das respostas. Assim como a Plataforma Produzindo Certo, boa parte das empresas apresentaram soluções capazes de atender a números crescentes de produtores e, portanto, negócios.
Berlim, segunda parada, nos trouxe experiência diferente. Assim como os britânicos, os alemães tinham pouca familiaridade com o agronegócio brasileiro. Mas trouxeram muitas perguntas associadas à sustentabilidade da nossa produção. Queriam entender os processos e, sobretudo, saber como as startups garantem os indicadores de sustentabilidade apresentados. Intenções sem métricas são apenas intenções. Com elas, tornam-se resultados.
Em Haia, na Holanda, o agro estava mais próximo, graças a representantes, na plateia, de empresas como Bayer, Rabobank e Agri3 Fund. A oportunidade foi excelente para estreitar relações em um networking que abre portas para futuros negócios e parcerias. Apertar mãos gera um laço mais forte do que relacionamentos virtuais.
Conviver com os líderes de outras agtechs, da mesma forma, nos oferece novas perspectivas e abordagens para questões que enfrentamos, juntos, no Brasil. Algumas já são parceiras, outras certamente serão.
Fica também aqui um agradecimento às embaixadas brasileiras, que fizeram um excelente trabalho na organização dos eventos, impecáveis. Quando o Brasil se expõe da maneira certa, o mundo valoriza.
Sustentabilidade e tecnologia andam juntas no agro brasileiro. Mais do agtechs, levamos nesse road show nossa experiência como sustainable techs. Sabemos que não se faz agronegócio responsável sem dados, sem capacidade de processamento de informações que nos levem às melhores decisões.
Na próxima quinta-feira, 22 de junho, esse tema será o centro da sétima edição do evento Vozes Responsáveis, organizado pela Produzindo Certo para debater com especialistas na área as principais questões e tendências do nosso segmento. Nosso head de Inovação e Tecnologia, Leonardo Pinheiro, receberá para uma conversa em torno do tema Beatriz Claudino, gerente de Inovação Aberta da Suzano, Frederico Logemann, head de Inovação da SLC Agrícola, e Flávio Redi, CEO da Ecotrace Solutions.
O encontro será transmitido a partir das 18h30 pelo Canal da Produzindo Certo no YouTube. Estão todos convidados.