Projeto impulsiona produção sustentável no Oeste de Mato Grosso - Produzindo Certo
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Projeto impulsiona produção sustentável no Oeste de Mato Grosso

Equipe em reunião com o Secretário de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente, Alexandre Murilo (último da direita), do município de Campos de Júlio (MT)

A sustentabilidade na produção agropecuária tem se tornado um pilar essencial para o futuro do setor. No Oeste de Mato Grosso, um projeto inovador tem promovido cadeias produtivas mais sustentáveis, livres de desmatamento e com baixa emissão de carbono.

A inciativa Paisagens Sustentáveis e Inteligentes para o Clima no Oeste de Mato Grosso atua diretamente em municípios estratégicos da região, garantindo assistência técnica e monitoramento contínuo para a adoção de boas práticas agrícolas.

O projeto é fruto da parceria entre o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), Produzindo Certo, Proforest e Instituto PCI (Produzir, Conservar e Incluir). Juntas, essas organizações lideram ações para fortalecer a governança territorial, aumentar a produtividade agrícola com práticas regenerativas, restaurar áreas degradadas e impulsionar a inclusão da agricultura familiar.

O projeto é realizado nos municípios de Tangará da Serra, Campo Novo do Parecis, Campos de Júlio, Sapezal, Diamantino e Alto Paraguai, impactando positivamente produtores e comunidades locais.

As propriedades são monitoradas continuamente para garantir que sigam critérios socioambientais, permitindo que estejam alinhadas às boas práticas do mercado sustentável”, explica Mariza Teles, supervisora de projetos de compra sustentável da Produzindo Certo.

Diagnóstico socioambiental

Uma das principais frentes do projeto é a realização de diagnósticos socioambientais nas propriedades participantes. Até o momento, 60 fazendas aderiram à iniciativa, sendo que 45 já passaram por avaliação detalhada. Os relatórios resultantes desse processo permitem que os produtores implementem melhorias e avancem rumo a certificações reconhecidas no mercado sustentável.

O projeto também tem impulsionado a certificação RTRS, assegurando que a produção atenda critérios socioambientais rigorosos.

O monitoramento contínuo dessas fazendas previne desmatamento, embargos, trabalho escravo e conflitos com unidades de conservação e Terras Indígenas. 10 propriedades já receberam a certificação RTRS e outras três estão em processo de certificação”, destaca Mariza.

Além disso, duas fazendas conquistaram a certificação de bem-estar animal, reforçando o compromisso com a produção responsável.

Agricultura regenerativa e conservação ambiental

Outro avanço importante do projeto é a adesão dos produtores ao conceito de agricultura regenerativa. Até o momento, seis propriedades ingressaram no Reg.IA, primeiro consórcio de agricultura regenerativa da América Latina, liderado pela Agrivalle, Bayer, BRF, Gapes, Milhão e Produzindo Certo.

Além das práticas agrícolas sustentáveis, a iniciativa tem um forte componente de conservação ambiental. Parceiros do projeto realizaram o mapeamento dos ativos ambientais nos municípios participantes, além de desenvolverem planos de restauração em três deles.

O programa Conserv, de pagamento por serviços ambientais, foi implementado em dois municípios, garantindo incentivos para a preservação da vegetação nativa.

O trabalho de restauração produtiva já está em andamento e, até agora, foram implantados 100 hectares de Sistemas Agroflorestais, beneficiando diretamente 100 famílias. Na governança, a maioria das metas foi atingida”, ressalta a especialista da Produzindo Certo.

Impacto social

Reunião com a prefeitura do município de Sapezal (MT)

A inclusão social também é um dos pilares fundamentais do projeto. Diversas ações foram implementadas para apoiar pequenos produtores e fortalecer a agricultura familiar. Até o momento, foram desenvolvidos planos municipais para fortalecer essa atividade, além da implementação de salvaguardas sociais que asseguram boas condições de trabalho no campo.

Nos últimos meses, a equipe do projeto participou de reuniões estratégicas com prefeituras e comitês gestores, discutindo temas como o mercado de carbono e novas oportunidades para produtores.

O objetivo é garantir que pequenos e médios agricultores tenham acesso a práticas sustentáveis e possam se beneficiar das novas demandas do mercado agropecuário.

Durante esses encontros, debatemos oportunidades, desafios para implementação de práticas mais sustentáveis e formas de integrar diferentes iniciativas para fortalecer a produção sustentável na região”, conta Mariza.

Os avanços já conquistados pelo Paisagens Sustentáveis e Inteligentes para o Clima no Oeste de Mato Grosso mostram que é possível equilibrar produção, conservação e inclusão.

O grande legado dessa iniciativa é a consolidação de um modelo de governança territorial mais eficiente, que fortalece os Pactos PCI e incentiva a produção sustentável a longo prazo”, reforça.

O monitoramento contínuo das propriedades e a certificação socioambiental garantem um setor mais competitivo e alinhado às exigências do mercado global. Além disso, os esforços de restauração ambiental e incentivo à agricultura regenerativa deixarão um impacto duradouro na região.

Outra grande contribuição do projeto será a estruturação de cadeias produtivas livres de desmatamento e com baixa emissão de carbono, gerando benefícios para os produtores e para o meio ambiente”, finaliza Mariza Teles.