Finanças Verdes e a revolução no crédito rural
Produzindo Certo firma parceria inédita para oferecer crédito rural a partir da emissão de títulos verdes
No início do segundo semestre de cada ano, produtores rurais de todo o Brasil se organizam para um novo ano-safra. São dezenas de decisões a serem tomadas antes de iniciar o plantio – da área a ser cultivada à semente utilizada. Talvez as mais estratégicas delas sejam as que envolvem o financiamento da produção. Este é o momento de conversar com os bancos, verificar taxas, definir valores e até mesmo assinar contratos. Antes disso, porém, talvez seja prudente pesquisar um pouco mais. Novos atores no setor, com novas modalidades de crédito agrícola, prometem provocar, ainda este ano, uma revolução no setor, abrindo oportunidades para transações que envolvem menos burocracia e mais benefícios ao produtor.
Trata-se de uma revolução verde, que tem como pano de fundo a valorização da produção responsável e das práticas de conservação ambiental. Os recursos destinados aos financiamentos viriam dos green bonds, títulos verdes que são emitidos há cerca de uma década. Atualmente, eles são mais utilizados nas áreas de energia renovável e papel e celulose. Mas especialistas e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apontam que é na agricultura que o mercado de finanças verdes tem grande potencial de crescimento, impulsionado pelo uso de tecnologias modernas, práticas sustentáveis no campo e aumento da produtividade.
Para fomentar essa capacidade, o Mapa lançou em junho o Plano de Investimento no Agronegócio Sustentável, com o objetivo de atrair investidores estrangeiros, apoiar serviços ambientais desenvolvidos no campo e fortalecer a imagem da produção agropecuária. Durante o webinar de lançamento do plano, a ministra Tereza Cristina citou medidas como a produção em áreas degradadas, que possibilita a preservação de 66% da vegetação nativa nacional, e tecnologias para a criação de animais sadios a partir de sistemas de Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), que têm tornado a agropecuária brasileira uma das mais sustentáveis do mundo. “Precisamos do desenvolvimento das finanças verdes do agro como forte indutor da concretização deste cenário”, afirmou.
Crédito para quem produz certo
O mercado vem se movendo no sentido de atender à demanda da ministra – e, de resto, de todo o setor agropecuário. Um dos primeiros movimentos reúne a Produzindo Certo, a Traive Finance, fintech focada no agronegócio, e a Gaia Securitizadora – uma das líderes no mercado de Certificados de Recebíveis Agrícolas (CRAs). As três empresas firmaram uma parceria para estruturar e lançar, ainda nesta safra, a primeira emissão de green bonds da agricultura no Brasil. E, com os recursos obtidos com a operação, formatar um modelo de crédito agrícola inédito para produtores rurais.
Quem acompanha o dia a dia das lavouras e pastos em todo o país sabe bem as dores dos agricultores e pecuaristas. É esse conhecimento, somado à experiência no mercado financeiro desses parceiros, que a Produzindo Certo espera refletir nessa oferta de financiamento. As empresas realizaram pesquisas junto a produtores rurais para subsidiar o planejamento da operação. E, a partir delas, desenharam um modelo com menor burocracia e garantia de taxas de juros iguais ou até menores que as ofertas de crédito agrícola convencionais. E com benefícios adicionais, como a maior previsibilidade em contratos de até três anos e uma opção de seguro da produção que também busca solucionar algumas necessidades específicas do produtor rural.
O projeto está em fase de captação de recursos. A primeira emissão de títulos verdes ocorreria ainda no segundo semestre, o que permitiria a liberação do dinheiro para o produtor antes do final do ano – ou seja, a tempo para o investimento já nesta safra. O crédito para agricultores e pecuaristas deve ser destinado para custeio da produção e também para adequações socioambientais, este último item uma contrapartida necessária para a modalidade de financiamento verde.
Para os produtores cadastrados na plataforma Produzindo Certo, que já dispõem de gestão e mecanismos de verificação e acompanhamento para comprovar os avanços socioambientais em suas propriedades, a oportunidade fica ainda mais atraente. Isso porque esse é um requisito fundamental para ingressar nesse mercado.
A primeira iniciativa estima um volume total de R$ 100 milhões para investimentos, que seriam destinados ao financiamento de até 50 produtores. Mas o modelo já prevê ganho de escala para que possam incluir no futuro todos os participantes da plataforma Produzindo Certo, hoje composta por 1.500 propriedades.
No projeto, cada empresa envolvida atuará com suas expertises, garantindo eficiência e custos mais baixos nos processos, que se refletem numa oferta mais atraente a investidores, de um lado, e aos produtores, de outro. Especializada na estruturação de operações de securitização, a Gaia atuará na estruturação e na operacionalização da operação verde. Já a Traive é a responsável pela estruturação, modelagem e distribuição dos financiamentos, utilizando sua plataforma digital desenhada justamente para simplificar processos de análise de risco e, assim, ajudar a desburocratizar os mercados de crédito e seguro agrícola. “A soma de conhecimento dos parceiros envolvidos e do mecanismo de verificação já adotado na plataforma Produzindo Certo torna o processo ainda mais simples”, afirma Luís Eduardo Lapo, Diretor de Riscos da Traive.
Entre os atrativos do modelo desenhado pela parceria está a possibilidade de contratação de financiamento por três anos. Assim, o processo de aprovação realizado no primeiro ano simplifica a obtenção dos valores para o restante do período. Além de mais previsibilidade, isso garante também clareza sobre as taxas de juros. “A taxa Selic caiu muito nos últimos anos, alcançando um patamar histórico. Não há clareza sobre o que vai acontecer nos próximos anos, especialmente no contexto atual, e uma contratação por um período maior evita que o produtor sofra com uma possível volatilidade”, explica Lapo.
Oferecer a menor taxa de juros possível também faz parte do objetivo. “Há muito interesse nesse mercado. Estamos buscando envolver também os chamados investidores de impacto, que buscam mais que o retorno financeiro da aplicação e monetizam também os ganhos florestais e de conservação dos recursos naturais, para obter boas taxas de juros para o produtor”, complementa Aline.
Seguro agrícola sob medida
Outro benefício presente no modelo desenhado pela Produzindo Certo e seus parceiros é a oferta de seguro agrícola, que traz inovações financeiras para se ajustar às principais necessidades dos produtores rurais. Entre os diferenciais está a maior flexibilidade sobre o volume de produção a ser segurado. No lugar das tradicionais condições de seguros que trabalham com médias de mercado e que muitas vezes não atendem aos melhores produtores, entram condições customizadas para cada fazenda, tornando o seguro mais eficaz e ao mesmo tempo acessível. O produtor também terá apoio desde o início da contratação do seguro até o acionamento de eventuais sinistros, tudo de forma simples e sem burocracia.
Para emissão destes seguros inovadores e únicos no mercado brasileiro, contamos com a Munich Re. A Traive trabalha na modelagem de condições customizadas em conjunto com a Munich Re, que por sua vez garante processos eficientes e com toda a segurança e liquidez que só uma das maiores resseguradoras do mundo poderia oferecer.
Para ter mais informações sobre o crédito agrícola com Finanças Verdes, entre em contato com a Produzindo Certo. Clique aqui para falar com nosso time.