Nascida na cidade de Vera Cruz, no Rio Grande do Sul, em uma família de origem alemã, Fernanda Elisa Bartz tinha, desde criança, o desejo de atravessar o Oceano Atlântico e conhecer a terra natal de seus ancestrais. Em fevereiro de 2022, aquela vontade se tornou realidade.
Aos 26 anos de idade, viajou à região da Baviera, em um intercâmbio de 12 meses. A experiência foi tão especial para Fernanda que, ao retornar para o Brasil, já pensava em voltar para lá. Só que na companhia do namorado, e para ter endereço fixo na Europa.
Quis o destino que não fosse dessa maneira, pois o namorado de Fernanda recebeu, e aceitou, uma proposta profissional em Belo Horizonte (MG). Por outro lado, o tal destino não a deixou desamparada, pois seu caminho acabou cruzando com o da Produzindo Certo, no exato momento em que a empresa preparava a inauguração da primeira filial em terras gaúchas, onde tem ampla atuação junto à cadeia produtiva de tabaco.
“Não conhecia a empresa, mas me agradou por ser voltada à gestão ambiental, área que gosto muito”, diz Fernanda. “Também é um grande estímulo o fato de estar em crescimento, em evolução.”
Além dessa sinergia profissional, a oportunidade surgiu praticamente na vizinhança. A nova unidade da Produzindo Certo está em Santa Cruz do Sul, a menos de 10 quilômetros de Vera Cruz, onde Fernanda nasceu, cresceu e ainda reside. “Moro na fazenda onde se fixaram os primeiros membros da minha família que chegaram à região”, afirma. E aí está outro ponto de convergência nessa história, o envolvimento com a produção agrícola.
Os pais de Fernanda, Mauri e Elisabete, foram produtores de tabaco, exatamente o principal segmento em que a Produzindo Certo atua na Região Sul. Hoje, eles trabalham com gado de leite e é a filha quem faz a gestão financeira da propriedade. “Eu os questiono sobre as decisões voltadas a essa parte da administração. Mas de vez em quando também meto meu bedelho em coisas nas quais não tenho tanto conhecimento técnico”, comenta Fernanda.
Queriam que ela fosse professora
Formada em administração pela Faculdade Dom Alberto, em Santa Cruz do Sul, Fernanda também tem pós-graduação em administração escolar, supervisão e orientação pela Uniasselvi (Centro Universitário Leonardo da Vinci). E cursou um semestre de outra pós em psicopedagogia, interrompida no período da pandemia da Covid-19. “Ainda avalio se vou retomar”, comenta.
O envolvimento com o universo da educação vem, em boa parte, por uma curiosidade natural de Fernanda sobre aprendizado. “Tenho fascínio por entender como a gente aprende, o interesse e a motivação para aprender alguma coisa”, explica. Por conta desse encantamento, tinha planos de se dedicar à administração dentro de instituições de ensino, e até trabalhou durante seis meses em uma creche.
Em um de seus empregos anteriores, Fernanda diz ter recebido grande incentivo de colegas de trabalho para que se tornasse professora de Excel. Não era para menos, pois ensinou todas elas a lidarem com os diversos malabarismos das famosas planilhas.
Embora reconheça sua natural facilidade e habilidade para lecionar, a administradora não se vê nessa posição. “Hoje, quero seguir na administração voltada para a parte financeira. Gosto dos números, das planilhas, de entender as variações e as influências”, afirma. Isso explica muito da sintonia com a oportunidade na Produzindo Certo.
Fernanda está à frente da unidade da empresa em Santa Cruz do Sul. Ela administra a filial, lidando tanto com a estrutura quanto com as pessoas. E em boa parte do tempo está sozinha, pois a equipe de analistas ambientais fica mais a campo, cumprindo a agenda externa, como a do projeto que a empresa tem com a BAT, maior produtora de tabaco do País. Além de toda a gestão administrativa e financeira, responde pela parte de diagnósticos.
Uma fase de descobertas
Desde julho na Produzindo Certo, Fernanda se diz bastante satisfeita, inclusive por ter sido muito bem acolhida. O balanço positivo fortalece a integração da profissional com a empresa. Segundo a gestora, ainda é um período de adaptação. E esse processo deve continuar, pois como ela mesma disse, a própria companhia está em evolução – 2023 está sendo um ano de muitas novidades e grandes conquistas.
Tal movimentação é um diferencial que torna a relação profissional ainda mais interessante para Fernanda. “Não consigo lidar com o conceito de que as coisas sempre foram de uma determinada maneira e têm de continuar assim. Quando uma empresa está em crescimento, você também movimenta seus pensamentos o tempo todo”, analisa.
Esse foi um dos pontos desafiadores no período em que esteve na Alemanha. Segundo Fernanda, ainda é muito forte por lá o conceito de tradição, de que algo não pode ser mudado. Essa situação a ajudou a lapidar seu lado comunicador, pois a melhor maneira de questionar esse modo conservador era com muito jeito, com sensibilidade. “Discutir os efeitos de uma mudança não é sobre impor seus conceitos. É uma troca, é entender como as pessoas se abrem, é uma conversa franca”, diz.
Outra grande contribuição desse intercâmbio foi o autoconhecimento. Fernanda se descreve como uma pessoa não muito expansiva, nem extrovertida. Mas tudo depende do ponto de vista, de qual é a referência. Na Alemanha, ela era exatamente o oposto disso. Falar com as pessoas não foi um problema, pois convive com o idioma desde a infância, mas estreitar laços foi algo bem diferente. “Lá é muito intensa a distância entre as pessoas”, recorda.
Aquele ano com saudade dos pais e da irmã caçula, Camila, ajudou Fernanda a entender melhor quem ela é, e como é. Provavelmente, a experiência tenha facilitado o acesso para que as pessoas ao seu redor também a conheçam mais de perto. Por exemplo, embora não seja uma característica sua se aproximar tanto para iniciar novas amizades, Fernanda diz não ser um problema estar na posição de ouvinte. É só o seu jeito um pouco mais reservado.
Até por isso, talvez seja preciso um pouco mais de tempo e interação para descobrir certas particularidades de Fernanda, como o fato de ela ser também uma artesã. Por conta do gosto por atividades manuais, acabou se dedicando ao macramê, uma técnica de tecelagem totalmente manual que é baseada em nós e não utiliza ferramentas. “Tenho um ateliê em casa”, acrescenta. Outra paixão da administradora está nos jogos eletrônicos e de tabuleiro. “Eu e meu namorado devemos ter uns 50 jogos.”
Evolução também é sobre isso, criar sinergia entre o autoconhecimento e as descobertas que vêm de fora para encontrar os melhores caminhos, fazer as escolhas mais interessantes. E a análise que serve tanto para a Fernanda quanto para a Produzindo Certo pode muito bem beneficiar qualquer um de nós.
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