Investir em conhecimento e manejo da lavoura não exige grandes investimentos, aumenta a segurança das pessoas e a proteção do meio ambiente
Os efeitos positivos do Manejo Integrado de Pragas (MIP) e a cobrança para sua adoção por clientes e até consumidores não são novidades para os produtores. Então, por que a prática ainda não é adotada plenamente no campo?
O MIP pode ser explicado como um estudo de viabilidade da lavoura e de integração de diferentes ferramentas de controle de infestação de pragas e doenças. Ao manter um acompanhamento próximo do cultivo, com vistorias ou ferramentas para identificar os focos de infestação e os tipos de agentes nocivos, será possível tomar a melhor decisão.
Ou seja, trata-se de promover maior conhecimento sobre a propriedade e a produção. Um bom diagnóstico da lavoura vai ajudar o produtor a decidir a melhor técnica de combate às pragas. O manejo é variado. Entre as ações estão o uso de agentes biológicos, a inserção de plantas resistentes, o manejo cultural, uso de plantas iscas e, claro, a aplicação de produtos químicos. A diferença é que, ao fazer esse controle, será possível identificar onde o defensivo agrícola é realmente necessário. Entre os benefícios de um manejo integrado estão a redução de custos, com a menor aplicação de produto químico, e a segurança dos funcionários, menos expostos a esses produtos e a maior proteção do meio ambiente.
Jaime Dias, coordenador de campo na Produzindo Certo, chama a atenção para uma mudança de mentalidade dos produtores rurais. “O produtor está habituado com o defensivo, conhece bem sua aplicação e efeitos. Mas ele pode sair do convencional, mudar seus hábitos, investir mais na capacitação dos funcionários. Muitos fazem manejo, adotam algumas práticas, mas podem ampliar as técnicas, o que será melhor para todos”, explica.
Além disso, a adoção dessas práticas é cada vez mais cobrada para a obtenção de certificações e também por empresas compradoras, especialmente internacionais.
Vale lembrar que o uso de técnicas de manejo integrado para pragas e doenças também faz parte dos itens avaliados pela Produzindo Certo nas propriedades acompanhadas pela plataforma. Os técnicos da empresa orientam os produtores nos casos em que é preciso adotar ou aperfeiçoar a prática.
Veja a seguir as 5 dicas para adoção do manejo integrado de pragas na fazenda:
- Faça uma avaliação da lavoura – invista em conhecimento! Faça um diagnóstico da situação da propriedade em relação a infestações de forma mais criteriosa, com um monitoramento por amostragem, apontando os principais focos e a identificação correta das pragas e doenças que acometem as plantações. Essas informações são essenciais para a escolha da melhor forma de combate.
- Capacite os funcionários – o MIP não precisa ser uma prática complexa. Um funcionário pode, por exemplo, percorrer a lavoura semanalmente e fazer um levantamento sobre as doenças, identificando por talhão os tipos de pragas e a sua recorrência. A capacitação dos trabalhadores para fazer esse monitoramento vai reforçar os resultados.
- Diversifique suas técnicas – as boas práticas agronômicas podem incluir: preservação dos inimigos naturais ou até mesmo liberação de predadores e/ou parasitoides; uso de inseticidas que atuem na praga, mas preservem seus inimigos; adoção de plantas mais resistentes, entre outras. Os fabricantes de defensivos também têm ampliado a oferta e a variedade de produtos biológicos, com eficiência comprovada e menor impacto ao meio ambiente.
- Saia do convencional – ao contrário do que muitos possam pensar, o manejo integrado não precisa necessariamente de altos investimentos. A depender do tamanho da produção, é possível fazer o acompanhamento por meio de funcionários bem treinados. Também existem ferramentas digitais, como sensores ou dispositivos inseridos em máquinas agrícolas, para monitorar a colheita e identificar os pontos de menor produtividade na lavoura.
- Mude sua mentalidade – o uso de defensivo é importante, mas essa não é a única arma do produtor rural para manter sua plantação livre de pragas e doenças. Usar de forma conjunta práticas alternativas de manejo não reduzem a eficiência da produção, ao contrário, vão tornar seus níveis de controle muito mais efetivos. A dica principal é manter uma postura preventiva permanente, independente da presença ou não de pragas.
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