Para produtora rural, uso de tecnologias no campo ajudam a melhorar a gestão na busca pela sustentabilidade
A produtora rural Wendy Peeters faz parte da segunda geração da família à frente da Fazenda Vargem Grande, em Montividiu (GO). Ela e os irmãos assumiram o comando da propriedade a partir de 2015, após o falecimento do pai, Andreas Peeters. Com a certificação RTRS para a produção de soja desde 2018, a fazenda é uma referência em produção responsável.
A busca por inovação e sustentabilidade não é nova na história da família Peeters. Na década de 1990, a propriedade foi pioneira na adoção do Sistema de Plantio Direto no Cerrado. Parceira da Produzindo Certo, a Fazenda Vargem Grande é modelo também no uso de tecnologias e práticas modernas de gestão.
Os aplicativos, por exemplo, já fazem parte da rotina diária na propriedade e trazem mais agilidade ao trabalho realizado no campo.
Por isso, Wendy enxerga um grande potencial no novo aplicativo Eu Produzo Certo, que acaba de ser lançado para os produtores rurais cadastrados na Plataforma Produzindo Certo. Ela acredita que ter na palma da mão as informações sobre a gestão socioambiental é tão importante quanto o controle financeiro e agronômico da propriedade.
Na entrevista a seguir, a produtora conta como a tecnologia tem contribuído com a melhor gestão no campo e quais os principais desafios que os produtores enfrentam para aplicá-las e ter o melhor resultado com cada uma das que estão disponíveis hoje.
Na sua visão, o produtor brasileiro aceita novas tecnologias na gestão da propriedade? Você acha que ele é aberto a receber e testar essas novas tecnologias?
Eu acho que esse mercado de tecnologias no agro está sendo muito pulverizado. Tem um leque muito grande de opções e novas possibilidades para a gente trabalhar. Nossa maior dificuldade hoje é ter mão de obra para poder colocar essas novas tecnologias para funcionar dentro da fazenda. Tem soluções que são muito boas, mas na prática não temos gente suficiente para abraçar a quantidade de tecnologia disponível no mercado.
Você acha que hoje essa falta de mão de obra é a maior dificuldade do produtor em relação a adoção de novas tecnologias?
Sem dúvidas. A principal dificuldade dos produtores é a mão de obra. Além dessa questão, é a integração entre as tecnologias. Existem muitas tecnologias novas e se elas conversassem melhor, a gente conseguiria trazer muito mais funcionalidade na prática. Se elas tivessem a mesma linguagem operacional, enfim. Então, quanto mais as tecnologias se comunicarem entre si, mais fácil vai ser para o produtor implantar e utilizar na prática.
Hoje você usa aplicativos relacionados a gestão dentro da sua propriedade?
Sim, nós usamos. A gente usa um aplicativo para a parte de controle de pragas, de manejo do campo, o Farmbox, que faz o MIP, a questão de aplicação de insumos e é integrado hoje com o nosso sistema de ERP, que é o Siagri. Foi um trabalho grande para integrar as duas tecnologias, mas na prática dá super certo. Eu faço um lançamento no Farmbox e já vai direto para o meu sistema. Então, todo manejo de campo vai direto para o meu custo, os meus relatórios de custo já estão vinculados com o Farmbox.
Qual a principal importância de ter essas informações na palma da mão?
A maior facilidade de a gente usar essas tecnologias no nosso dia a dia é o tempo e é melhorar a nossa gestão, né? Seja a gestão técnica do campo, através das imagens de satélites em que a gente consegue ver em várias camadas diferentes na palma da mão, a questão de ter o custo de produção na mão. A gente conseguir formar esse custo e conseguir consultar a qualquer momento por aplicativos facilita muito. O mercado está cada vez mais exigente, então a gente tem que entender também dessas tecnologias para poder aplicar. Mas a partir do momento que a gente entende e está no nosso dia a dia as coisas vão ficando mais fáceis e assertivas.
E no caso de uma ferramenta que possibilite uma gestão socioambiental, como você enxerga o diferencial de contar com um aplicativo que permite visualizar o diagnóstico e solucionar pontos pendentes nesses quesitos dentro da sua propriedade?
Ter uma ferramenta que a gente possa ter um controle da gestão ambiental da nossa propriedade é fantástico. Isso porque a gente consegue ter a gestão socioambiental na mão, assim como a gente tem já os outros critérios, seja a parte agronômica, a parte financeira, de controladoria. Todas se igualam em nível de importância. Inclusive, eu acho que a ambiental é até maior. Se isso não estiver funcionando bem a gente enfrenta outras dificuldades no processo. Então é como ter um radar para saber o que a gente tem que melhorar, onde a gente está nesse longo caminho de melhoria contínua. A gente tem que estar sempre evoluindo dentro da nossa propriedade. Ter isso na palma da mão é um passo a mais.
Como você avalia a possibilidade de receber, por meio desse aplicativo, notificações com benefícios e oportunidades relacionados a sua boa gestão socioambiental?
Acho que é muito bom, porque assim a gente consegue saber o que está acontecendo e se atualizar em tempo real. Hoje a gente recebe muita notícia por vários meios de comunicação, mas a gente nunca consegue filtrar tão bem aquilo que realmente importa. E tendo isso via aplicativo a gente sabe que a fonte é segura, que vale a pena ler e ter contato com aquela informação. Muito legal isso.
Quais as funcionalidades você procura em um aplicativo como o Eu Produzo Certo? Saber onde eu estou e o que eu posso fazer para evoluir na questão da preservação ambiental e no desenvolvimento sustentável como um todo na minha propriedade.