Com a vida dedicada a produção de tabaco, o produtor investe em boas práticas e ensina o filho a continuar a atividade de forma mais sustentável
Na produção de tabaco, é época de transplante – momento em que as mudas são transferidas dos canteiros para as lavouras. Para a empreitada é usado um equipamento bastante simples, que exige esforço manual. Por isso, o trabalho do produtor Mauro Aluísio Gassen e do filho dele, Maico Luiz Gassen, é intenso na propriedade familiar, no município de Rio Pardo, no Rio Grande do Sul.
Quando a demanda aperta, eles também contam com a ajuda dos vizinhos. “A gente acaba trocando trabalho entre famílias”, conta o produtor. Na região, várias pequenas propriedades são dedicadas ao cultivo do tabaco.
Dessa forma, um trabalha para o outro, o que ajuda a evitar a necessidade de contratação de mão-de-obra, que por consequência geraria mais custos. As contratações ocorrem apenas em momentos mais críticos, como no pico da colheita, que começa em outubro.
A propriedade do seu Mauro, de 5,5 hectares, tem cerca de 80 mil pés de fumo e a produção gira em torno de 15 toneladas anuais. Toda colheita é vendida para Philip Morris Brasil desde 2010.
No ano passado, o produtor passou a fazer parte do projeto Responsible Leaf, desenvolvido pela Philip Morris Brasil, em parceria com a Produzindo Certo.
A iniciativa visa a ajudar pequenos produtores a tornarem suas propriedades cada vez mais produtivas, sustentáveis e totalmente adequadas às demandas do mercado e da legislação.
Foi a partir daí que o seu Mauro iniciou um processo de adequação na propriedade e passou a adotar, com orientação técnica, diversos exemplos de boas práticas. “É pensar não só nos resultados, mas pensar de forma mais consciente, pensar nas pessoas, no meio ambiente”, disse o técnico da PMB, Odenir Boff, que acompanha de perto o trabalho do produtor.
Odenir faz questão de reforçar o comprometimento da família em gerar sustentabilidade. Entre as ações adotadas estão o uso do plantio direto com a cobertura de aveia, a preocupação em evitar a erosão do solo com a implantação de curvas de nível, o descarte correto das embalagens de defensivos agrícolas, a preocupação com a qualidade da água e o uso de lenha de fonte legal na época de cura do tabaco. Al[em disso, a fazenda possui depósito exclusivo para os defensivos agrícolas de acordo com NR-31.
Todas essas adequações são acompanhadas de perto pelo filho Maico. Aos 28 anos, ele optou por trabalhar no campo com o pai e tem uma certeza sobre o futuro: “As leis vão ficar cada vez mais rígidas. Vai ficar cada vez mais difícil”.
Por isso, as adequações socioambientais são importantes para mantê-los na atividade que está presente na família há várias gerações.
“A gente gosta, a gente tem no DNA. A gente faz com carinho. A gente cresceu no meio do tabaco, é de onde tiramos o nosso sustento”, conclui Mauro Gassen.