Produtor rural recebeu recursos do Programa REM-MT para recuperar área degradada e cuidar da fertilidade do solo
Ao observar os efeitos da chuva no rio que passa por sua propriedade em Planalto da Serra (MT), o pecuarista Gésio Alves Pereira, 53 anos, confirma os efeitos de um manejo correto do solo. “A água corre limpinha, não tem erosão de terra que antes ía parar no rio, na enxurrada”, explica.
O produtor, que cria gado de corte há 12 anos, foi um dos beneficiados por uma parceria internacional que envolve o governo do Estado do Mato Grosso por meio do Instituto PCI, as seis principais traders globais de soja – ADM, Bunge, Cargill, COFCO International, Viterra e Louis Dreyfus Company –, reunidas no Soft Commodities Forum (SCF), e a Produzindo Certo para ampliar a produção responsável na região.
Convidado a integrar a Plataforma Produzindo Certo, ele teve sua propriedade avaliada pelo diagnóstico socioambiental da Produzindo Certo, que, em 2021, acompanhou os resultados da sua fazenda em 2021. Gésio recebeu a visita dos técnicos da Produzindo Certo, que fizeram levantamento das informações da fazenda São João, incluindo informações sobre as áreas de Reserva Legal e APPs, Cadastro Ambiental Rural (CAR), gestão dos produtos químicos e combustíveis, fertilidade do solo, gestão de resíduos, medição da qualidade das fontes de água que passam pela propriedade, entre outras informações.
Em outubro passado, como parte do programa criado pela parceria, ele recebeu recursos financeiros para cobrir parte dos custos com a reforma de 50 hectares de pastagem. Gésio também já ampliou a plantação de milho e faz planos para ampliar a produção agrícola, fazendo um uso mais diversificado e intensificado das suas terras. “E isso já vai reformando o pasto”, afirma.
Os recursos foram financiados pelo projeto do Programa REDD Early Movers do estado do Mato Grosso (REM-MT), em uma ação para ampliar a produção responsável em dois municípios de Mato Grosso – além de Planalto da Serra, Campos de Júlio. São regiões com ocupação relativamente recente, crescimento principalmente na produção de soja e regiões sob pressão de desmatamento.
“Não adianta acabar tudo, derrubar tudo. Amanhã você chora. Essas coisas todas que andam acontecendo, problemas de desmatamento, erosão. Se cada um deixasse a sua área legal, as coisas seriam mais fáceis. Mas tudo tem custo, tudo vai dinheiro”, explica. Outro benefício também contemplado pelo projeto foi a formação de uma unidade da Brigada Aliança para atender os produtores de região. O grupo de brigadistas foi treinado e equipado para apoiar as fazendas, realizando ações preventivas como abertura de aceiros e ações de conscientização. Gésio diz que o trabalho fez diferença ao longo do ano. Em 2020, o fogo atingiu parte da sua propriedade, queimando 10 hectares de mata. “Ainda hoje dá dó de ver. O pessoal da Brigada é muito educado, vai conversando com as pessoas nas fazendas, o pessoal pensa duas vezes antes de usar o fogo”, afirma.