Como o Grupo GVR, do Mato Grosso, combina técnicas de manejo integrado, respeito às pessoas e uso de tecnologia para produzir com mais responsabilidade. E lucrar com isso
Com 40 anos de atuação, o Grupo Valdocir Rovaris (GVR) persegue as boas práticas e gera valor a partir delas. Com cinco propriedades no Mato Grosso e no Pará, o negócio tem atuação ampliada na cadeia do agro, com produção de grãos, algodão e pecuária, armazenagem de grãos e logística.
Uma das propriedades de Valdocir Paulo Rovaris, catarinense que trocou de estado no início dos anos 80, a Fazenda Centro-Oeste, em Nova Maringá (MT), adota a produção por meio do sistema integrado lavoura pecuária. Mais matéria orgânica no solo, manejo integrado de pragas, aumento do uso de defensivos biológicos, entre outras práticas, fazem parte do dia a dia da lida no campo. “Nos talhões que produzem soja e algodão num ano, colocamos pasto no outro. Sacrificamos um ano de cultivo, mas alimentamos os animais e recompomos a matéria orgânica do solo. O pasto tem mais qualidade. Esse ano vamos plantar feijão também nessa unidade”, conta Iberê Gribler, gerente de planejamento e controle agrícola da companhia.
A produção de algodão tem certificação internacional (BCI). E eles também integram uma iniciativa de capacitação e boas práticas para cultivo da soja (Soja Plus). A busca por excelência também fez com que a empresa ingressasse na Plataforma Produzindo Certo. O diagnóstico socioambiental e a base de informações gerada pelos especialistas do programa ajudam os gestores a demonstrarem a responsabilidade com o meio ambiente e a preocupação com a qualidade do que é produzido, afirma Gribler. “Fortalece nossos propósitos e cria elos entre o produtor e o cliente”, conclui.
A melhoria é contínua, de fato. Mesmo no caso do Grupo GVR, que já conta com padrões elevados em seu processo produtivo. Com o apoio da equipe técnica da Produzindo Certo, eles estão melhorando ainda mais a cada etapa. Um exemplo é o engajamento da equipe de campo. O compartilhamento das informações, deixando claro o objetivo do grupo e o caminho a ser percorrido, faz com que o time execute suas atividades mais motivado e com o sentimento de pertencimento ao negócio. “Eles sabem exatamente como suas atividades impactam na realização dos objetivos, fazendo com o que o Grupo GVR opere com alta performance”, enfatiza.
Outra novidade foi a adoção do refeitório móvel na lavoura, que aumenta o bem-estar dos trabalhadores e reduz deslocamentos excessivos. A estrutura conta com banheiro, mesas e cadeiras e pia para a correta higienização das mãos – uma preocupação ainda maior nesses tempos de pandemia. Tudo para facilitar a lida dos produtores rurais.
A junção de manejo integrado, respeito às pessoas e ao meio ambiente e uso de tecnologia resulta em aumento de produtividade. Esse crescimento foi de 30% a 40% em uma década. Hoje, o grupo investe na criação de gado de corte com giro anual de 13 mil cabeças, um ciclo de 50 mil ha de produção e frota de 50 caminhões no braço de logística da empresa. E conta com mais de 350 funcionários em suas unidades.
Gribler também conta que os clientes percebem o valor agregado, especialmente o mercado externo, cada vez mais exigente. Eles conseguem obter até 0,165 dólar por arroba de algodão que exportam, por exemplo. A cifra pode parecer pequena, mas ganha expressão se multiplicada pelo volume plantado. A qualidade da produção da soja, milho e carne do Grupo GVR também é reconhecida.
Ele comenta que há um distanciamento entre a imagem do agro nos grandes centros urbanos e o que se vivencia na terra. “Sempre nos preocupamos em fazer e produzir da forma correta. Trabalhar para a perenidade do nosso negócio. E isso só se consegue com equilíbrio entre a conservação e a produção”, conclui.