O mercado de produtos biológicos cresce de forma exponencial no Brasil. Resultado principalmente de uma demanda mundial crescente por uma agricultura mais produtiva e sustentável.
Números recentes mostram que os bioinsumos caíram no gosto do produtor brasileiro e essa tendência vem se consolidando nos últimos anos. O país já é um dos maiores produtores e consumidores desses produtos, que são insumos agrícolas desenvolvidos a partir de um ingrediente ativo natural.
Na maioria das vezes, esses ativos são de baixa toxicidade e agem com o objetivo de eliminar a praga alvo sem agredir o meio ambiente. Dessa forma, permitem a manutenção de insetos benéficos na lavoura (inimigos naturais) e diminuem a dependência de aplicações constantes de outros produtos.
Dados recentes do Ministério da Agricultura e Pecuária, divulgados pela Globo Rural, mostram que, até o primeiro semestre de 2023, o país liderou o ranking de adoção de defensivos biológicos, bioestimulantes e biofertilizantes.
E até o fim da década a receita dos biológicos deverá sair dos R$ 4 bilhões atuais e alcançar entre R$ 16 bilhões e R$ 17 bilhões, impulsionada pela diversificação de portfólio e pelo crescimento da área agrícola em que esses produtos são aplicados, que atualmente chega a cerca de 30% do total.
A estimativa é da CropLife Brasil – associação que representa as empresas de germoplasma (mudas e sementes), biotecnologia, defensivos químicos e produtos biológicos.
Diversos fatores ajudam a explicar a liderança do Brasil nesse mercado. Para a Embrapa, três pontos são cruciais: a área cultivada no país, a ocupação constante dessas áreas e as condições climáticas.
Soma-se a eles a busca dos produtores brasileiros por alternativas mais sustentáveis para o controle de pragas e doenças e a necessidade de se estabelecer estratégias para manejar a resistência de insetos e outros patógenos a produtos químicos convencionais.
Dentro dessa tendência de mercados e de práticas agrícolas, é fundamental estar bem-informado e entender quais são e qual a função de cada categoria dos produtos de biocontrole disponíveis para o produtor.
Segundo a CropLife, os produtos biológicos podem ser classificados de quatro formas principais:
- Microbianos: Aqueles compostos por microrganismos como bactérias, algas, fungos, protozoários ou vírus. Eles são utilizados na proteção contra pragas e na nutrição de plantas;
- Macrobianos: Os organismos vivos, como insetos predadores, ácaros e nematoides, utilizados no controle de pragas.
- Bioquímicos: Quando são constituídos por substâncias que ocorrem naturalmente, como extratos de plantas e produtos de processos de fermentação. Podem atuar tanto na proteção contra as pragas como na melhoria dor processos fisiológicos das plantas.
- Semioquímicos: Substâncias químicas produzidas por seres vivos e capazes de modificar o comportamento de outros seres vivos. Essas substâncias ainda podem ser classificadas em dois grandes grupos: os feromônios e os aleloquímicos. Geralmente, os semioquímicos são utilizados em estratégias do manejo integrado de pragas.
Fontes: Embrapa e CropLife Brasil