Grandes eventos meteorológicos podem ser previstos ou inesperados, mas de qualquer forma mudam completamente a rotina de quem vive no campo e na cidade
La Niña, El Niño, ciclone, tornado… São vários os fenômenos climáticos que estamos acostumados a acompanhar. O produtor rural deve estar atento a cada um deles para tomar as decisões corretas na propriedade para evitar ou ao menos diminuir os prejuízos.
Mas será que realmente entendemos os principais fenômenos climáticos que vemos diariamente no noticiário ou até mesmo que atingem a nossa região? Foi pensando nisso que preparamos essa edição do Dicionagro. Confira a lista a seguir e saiba tudo sobre cada um deles e quais efeitos podem causar.
El Niño – O nome, “O Menino”, em português, faz referência ao Menino Jesus, pois geralmente ocorre na época natalina. É um evento que se caracteriza pela mudança das correntes marítimas do Pacífico, entre a América do Sul e a Oceania.
Trata-se do deslocamento de massas de ar quente e úmido que retiram a umidade da costa Oeste da América do Sul e levam o vapor d’água para a Oceania. Dessa forma, essa corrente de ar carrega uma corrente quente, o que provoca a ressurgênciadas águas frias na costa sul-americana.
Quando ocorre o El Niño a situação se altera de forma que as águas quentes ficam represadas na costa da América do Sul, processo que altera o regime de chuvas em ambos os continentes. A América do Sul ficará úmida e sem a ascensão das águas frias, enquanto a Oceania passará por um período de seca.
No Brasil, por exemplo, o aparecimento do El Niño resulta no aumento das temperaturas médias, aumento da pluviosidade na região Sul e diminuição das chuvas nas regiões Norte e Nordeste do país.
La Niña – A La Niña é o oposto do El Niño. É um fenômeno caracterizado pela intensificação da situação normal, com o resfriamento irregular das águas no Pacífico sul-americano. Os efeitos da La Niña são opostos aos do seu “semelhante masculino”. No Brasil, por exemplo, ocorre o aumento das chuvas no Norte e Nordeste, mas as principais regiões produtoras, como Sul e Centro-Oeste, sofrem com estiagens.
ZCAS – A Zona de Convergência do Atlântico Sul é um sistema meteorológico natural, no qual se forma um corredor de umidade que une o Norte ao Sudeste do Brasil, em direção ao Oceano Atlântico sul. Quando ocorre esse evento, as nuvens carregadas de água ficam concentradas em uma única região e, sem conseguir seguir o seu trajeto, chocam-se com frentes frias, causando nebulosidade, umidade e fortes chuvas.
Ciclones – Os ciclones representam grandes massas de ar que realizam um movimento giratório, podendo deslocar-se de uma região para outra. De maneira simples, pode-se dizer que os ciclones são grandes massas de ar bastante carregadas de umidade capazes de provocar chuvas torrenciais ao redor de um centro de baixa pressão atmosférica. Sua ocorrência, sobretudo no Sul do país, tem sido mais frequente nos últimos anos, trazendo prejuízos para várias culturas.
Tornados – Tornados são considerados fenômenos meteorológicos com alto poder de destruição. Os ventos podem atingir velocidades acima de 400 km/h, contudo a duração do tornado é inferior à duração do furacão, por exemplo. Os tornados são basicamente redemoinhos formados por uma tempestade que correspondem a ventos giratórios em forma de funil. É um fenômeno tipicamente continental. Quando se formam sobre massas de água, são conhecidos como trombas d’água.
Furacões – Os furacões são tempestades tropicais com ventos que atingem mais de 119 km/h e sua intensidade, segundo o CPTEC, pode ser calculada de acordo com a pressão encontrada no seu centro, ou mais conhecido como olho do furacão. Quando essa tempestade tropical ocorre na porção leste do Oceano Pacífico ou no Oceano Atlântico é chamada de furacão. Quando ocorre na porção oeste do Pacífico (mais especificamente na Ásia) é chamada de tufão.