Com características distintas cada região abriga diferentes tipos de vegetação e fauna
Não é um Brasil, mas sim vários Brasis. Quantas vezes não ouvimos essa frase? O nosso País, além de dimensões continentais, é formado por seis biomas diferentes: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal.
Com diversidade de flora e fauna própria, os biomas são ambientes essenciais para a preservação dos recursos naturais e também representam espaços de grandes riquezas em biodiversidade para o planeta.
A Floresta Amazônica, por exemplo, é considerada o berço da maior diversidade de reserva biológica do mundo. Há indicações de que abriga pelo menos a metade de todas as espécies vivas do planeta. O Cerrado é destaque como a savana com maior biodiversidade e a Mata Atlântica é rica em recursos hídricos.
Várias outras características e riquezas tornam único cada um desses biomas e representam um grande potencial para o Brasil, claro se exploradas com o devido conhecimento e respeito.
Conheça melhor cada um desses biomas na lista abaixo do nosso Dicionagro:
Amazônia – Bioma que ocupa quase 50% do território brasileiro e possui a maior floresta tropical do mundo. Contém a maior bacia hidrográfica do planeta, com 20% da disponibilidade mundial de água. Seu principal rio, o Amazonas, corta a região para desaguar no Oceano Atlântico, lançando ao mar cerca de 175 milhões de litros d’água a cada segundo.
A região abriga 30 mil espécies de plantas e 2.500 espécies de árvores, o que representa um terço de toda madeira tropical do mundo. Seus recursos naturais vão além e incluem enormes estoques de borracha, castanha, peixe e minérios, por exemplo. A região abriga ainda grande riqueza cultural, incluindo o conhecimento tradicional sobre os usos e a forma de explorar esses recursos naturais, sem esgotá-los nem destruir o habitat natural.
Caatinga – O bioma Caatinga ocupa uma área aproximada de 10% do Território Nacional. Embora esteja localizado em área de clima semiárido, apresenta grande variedade de paisagens, relativa riqueza biológica e espécies nativas.
Engloba os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e o norte de Minas Gerais. Rico em biodiversidade, o bioma abriga 178 espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241 de peixes e 221 abelhas.
Cerca de 27 milhões de pessoas vivem na região, boa parte carente e dependente dos recursos do bioma para sobreviver. A caatinga tem um imenso potencial para a exploração de serviços ambientais, uso sustentável e bioprospecção que, se bem explorados, serão decisivos para o desenvolvimento da região e do país.
Cerrado – Segundo maior bioma da América do Sul, ocorre principalmente no Planalto Central Brasileiro e ocupa aproximadamente 24% do território nacional. O Cerrado é reconhecido como a savana mais rica do mundo em biodiversidade. Até a década de 1950, os Cerrados mantiveram-se quase inalterados. A partir da década de 1960, com a transferência da Capital Federal, do Rio de Janeiro para Brasília, e a abertura de uma nova rede rodoviária, parte da cobertura vegetal natural deu lugar à pecuária e à agricultura intensiva.
No Cerrado encontram-se as nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata), o que resulta em um elevado potencial aquífero e favorece a sua biodiversidade.
Do ponto de vista da diversidade biológica, o Cerrado brasileiro é o reduto de 11.627 espécies de plantas nativas já catalogadas. Cerca de 199 espécies de mamíferos são conhecidas e a rica avifauna compreende cerca de 837 espécies. Os números de peixes (1200 espécies), répteis (180 espécies) e anfíbios (150 espécies) são elevados.
Mata Atlântica – Composta por formações florestais nativas e ecossistemas associados, representa cerca de 15% do território nacional. Originalmente, ocupava mais de 1,3 milhão de km² em 17 estados, estendendo-se por grande parte da costa do país. Porém, devido à ocupação e atividades humanas na região, hoje restam cerca de 29% de sua cobertura original.
Apesar disso, estima-se que existam na Mata Atlântica cerca de 20 mil espécies vegetais (35% das espécies existentes no Brasil, aproximadamente), incluindo diversas espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. Essa riqueza é maior que a de alguns continentes, a exemplo da América do Norte, que conta com 17 mil espécies vegetais e Europa, com 12,5 mil. Esse é um dos motivos que torna a Mata Atlântica prioritária para a conservação da biodiversidade mundial.
Pampa – Está restrito ao estado do Rio Grande do Sul, onde ocupa uma área que corresponde a 63% do território estadual e a cerca de 2% do território brasileiro. É caracterizado por clima chuvoso, mas com temperaturas negativas no inverno, que influenciam a vegetação. Em toda a área de abrangência do bioma Pampa, a atividade humana propiciou uma uniformização da cobertura vegetal que de um modo geral é usada como pastagem natural ou ocupada com atividades agrícolas, principalmente o cultivo do arroz.
O bioma exibe um imenso patrimônio cultural associado à biodiversidade. As paisagens naturais do Pampa se caracterizam pelo predomínio dos campos nativos, mas há também a presença de matas ciliares, matas de encosta, matas de pau-ferro, formações arbustivas, butiazais, banhados, afloramentos rochosos, etc.
Pantanal – Reconhecido como a maior planície de inundação contínua do planeta Terra, o que constitui o principal fator para a sua formação e diferenciação em relação aos demais biomas, o Pantanal ocupa aproximadamente 2% do território nacional. É o bioma mais preservado, embora a criação de gado seja uma atividade importante economicamente para a região, aliada às atividades de turismo.
O Pantanal sofre influência direta de três importantes biomas brasileiros: Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. Além disso, sofre influência do bioma Chaco (nome dado ao Pantanal localizado no norte do Paraguai e leste da Bolívia). Uma característica interessante desse bioma é que muitas espécies ameaçadas em outras regiões do Brasil persistem em populações avantajadas na região, como é o caso do tuiuiú – ave símbolo do Pantanal.
Assim como a fauna e flora da região são admiráveis, é necessário destacar também a rica presença das comunidades tradicionais como as indígenas, quilombolas, os coletores de iscas ao longo do Rio Paraguai, comunidade Amolar e Paraguai Mirim, dentre outras. Essas comunidades influenciaram diretamente na formação cultural da população pantaneira.
Fontes: Ministério do Meio Ambiente e IBGE