Entre 30 de novembro e 12 de dezembro, Dubai, nos Emirados Árabes, será o termômetro e a bússola dos debates globais sobre como enfrentar as mudanças climáticas, reduzir as emissões de gases do efeito estufa (GEE) e limitar o aquecimento global. A cidade repleta de construções modernas e luxuosas, que parecem tocar o céu, sediará a 28ª Conferência das Partes da Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir e decidir que ações devem ser tomadas, envolvendo o planeta, a respeito dessas questões do clima e de seus efeitos.
A COP28 será a primeira da série em que a produção de alimentos estará no centro da pauta de debates. O evento deve receber mais de 70 mil participantes distribuídos em diversas delegações, que terão desde chefes de Estado e líderes mundiais a organizações não governamentais, empresas, grupos de jovens e outras partes interessadas.
O Brasil terá uma ampla presença no evento, pelo total interesse nas discussões que ocorrerão por lá, e também porque ter sido confirmado pela ONU como sede da COP30, que acontecerá em novembro de 2025, em Belém (PA).
O agronegócio brasileiro estará representado na COP28 pelos órgãos governamentais e por diferentes entidades ligadas ao setor. O Ministério da Agricultura e Pecuária pretende abordar, por exemplo, o Plano Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas e o Plano ABC+, projetos que reforçam a contribuição das cadeias agropecuárias para a preservação ambiental e a redução das emissões de GEE.
Para já entrar no clima da COP28, separamos aqui alguns termos que aparecerão com frequência nos painéis, nos debates e até nas conversas de bastidores que acontecerão em Dubai. Acompanhe.
Financiamento climático – É o financiamento local, nacional ou transnacional, que pode ser obtido de fontes públicas, privadas e alternativas para enfrentar a mudança climática. Segundo a ONU, trata-se de um fator fundamental porque são necessários investimentos em larga escala para reduzir significativamente as emissões e permitir que as sociedades e economias se adaptem aos efeitos adversos e reduzam os impactos da mudança climática.
Protocolo de Kyoto – Em 1997, durante a COP3, realizada em Kyoto, no Japão, os países desenvolvidos se comprometeram a limitar e reduzir as emissões de gases do efeito estufa – o primeiro acordo juridicamente vinculativo sobre emissões. Entrou em vigor em 2005, com a adesão de 192 nações, e ainda é um marco histórico na luta contra as mudanças climáticas.
Acordo de Paris – Adotado durante a COP21, em 2015, este acordo representou o novo grande marco na ação climática multilateral liderada pela ONU. O compromisso mobilizou uma ação coletiva global de prosseguir com os esforços para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais até 2100, e agir para se adaptar aos efeitos já existentes das mudanças climáticas.
NDC – Esta é a sigla de Nationally Determined Contributions, ou Contribuições Nacionalmente Determinadas, que são as metas de redução de gases de efeito estufa assumidas pelos 195 países signatários do Acordo de Paris em 2015.
Transição energética – Consiste em passar de uma matriz de fonte de energia que utiliza combustíveis fósseis, como petróleo, gás natural e carvão, opções que são grandes emissores de gás carbônico (CO2) na atmosfera, para fontes renováveis, como sol, água, vento, etanol e biomassa.
Mercado de carbono – Foi criado como estratégia para forçar as economias a reduzirem as emissões de gases do efeito estufa, a exemplo do dióxido de carbono (CO2) e do metano (CH4), e mitigar os efeitos da mudança climática. O mercado de carbono fixa cotas para emissão de gases do efeito estufa, assim, quem emitiu menos do que o permitido ganha créditos, que podem ser vendidos paras as empresas que ultrapassaram a meta.
GST – A sigla vem do nome em inglês The Global Stocktake, que significa “O Balanço Global”, um processo sistemático projetado para que as nações e as partes interessadas vejam onde estão coletivamente fazendo progressos para alcançar os objetivos do Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas. E onde não estão. A avaliação envolve uma revisão abrangente de todos os aspetos relacionados com a ação e o apoio climáticos globais, permitindo a identificação de deficiências e o desenvolvimento colaborativo de soluções, tanto para o futuro imediato como para além de 2030. Segundo o GST, é preciso reduzir 22 gigatoneladas de emissões até 2030.
Compromisso Global do Metano – Durante a COP26, realizada em 2021, em Glasgow, na Escócia, 103 países, incluindo o Brasil, assinaram um pacto para reduzir as emissões de metano, de forma coletiva, em 30% até 2030 (em relação aos níveis de 2020). O metano é um gás de efeito estufa poderoso, com um potencial de aquecimento global 86 vezes maior do que o dióxido de carbono se considerado um período de 20 anos.
Fonte: ONU, MMA, Agência Brasil, Global Methane Pledge,