Projeto no país vizinho oferece assistência técnica em sustentabilidade para agricultores conquistarem certificação RTRS
O momento do plantio da próxima safra de soja se aproxima. Antes mesmo de lançar as sementes no solo, porém, um grupo de produtores argentinos já sabe que esta será uma temporada especial. Pela primeira vez eles podem colher mais do que os grãos quando ela chegar ao fim. A expectativa é de que tenham sucesso também na primeira fase de sua jornada pela certificação da sua produção pelos padrões RTRS, a principal referência internacional para soja responsável.
Na virada de novembro para dezembro um passo importante foi dado pelo grupo, formado por seis produtores e totalizando nove propriedades nas províncias de Salta, Santiago del Estero e Santa Fé. Especialistas da Produzindo Certo estiveram na Argentina para entregar os diagnósticos socioambientais e planos de ação para as adequações necessárias nas propriedades, de acordo com a legislação argentina e com as exigências da certificação internacional para a produção de soja. “A gente fez o diagnóstico, que é o básico, e também o relatório segundo o protocolo da RTRS”, explica a especialista em sustentabilidade Jaila Raiane de Souza, que realizou a entrega dos documentos junto com o colega Guilherme Feitosa.
É a segunda visita da equipe da Produzindo Certo no país vizinho. Em junho, técnicos da empresa estiveram na Argentina realizando as primeiras vistorias nas propriedades selecionadas para receberem assistência técnica socioambiental por meio de uma parceria entre traders locais, indústrias de alimentos e a associação Proforest. O objetivo é prepará-las para a obtenção da certificação RTRS e trazer um novo impulso para a produção de soja responsável.
As propriedades avaliadas têm porte médio de 5 mil hectares, com cerca de 4 mil deles cultivados. Embora todos sejam produtores de soja, a atividade no campo é diversificada. Boa parte utiliza as mesmas áreas destinadas à soja para safrinhas de milho e feijão ou então faz rodízio de culturas com algodão, além de reservar parte dos terrenos à pecuária.
Se na primeira vez as visitas foram nas fazendas, na apresentação e entrega dos diagnósticos o percurso é um pouco diferente, pois essa fase é realizada nos escritórios. “Agora que estamos retornando a gente não vai passar pelos mesmos lugares porque as empresas têm escritórios em outras províncias. Os escritórios são em Salta, Tucumã, Córdoba e na província do Chaco. Então a gente vai rodar mais um pouco no norte da Argentina”, conta Jaila.
Com exceção de uma das propriedades, que fica em General Mosconi, na província de Salta, que está mais engajada e já fez diversas adequações, a maioria dos produtores ainda vai iniciar as melhorias. “Agora é que vamos ter mais resultados, depois que a gente entrega esse diagnóstico com os pontos de observação”, afirma a especialista em sustentabilidade.
“No geral estamos vendo interesse dos produtores pelas informações do que eles precisam fazer. Eles estão sendo bem receptivos, em um ponto ou outro já sabem que precisam melhorar alguma coisa, são muito tranquilos. Desde a primeira vez que a gente veio foram super simpáticos, abriram as portas, conversaram, estão interessados na certificação”, completou ela.
A equipe da Produzindo Certo deve voltar à Argentina em meados de março de 2023 para a terceira etapa do projeto, a certificação do primeiro ano. Primeiro é feita uma auditoria interna da Produzindo Certo para identificar as melhorias que podem ser feitas no curto prazo, na sequência é realizada a auditoria externa para a emissão dos certificados. “A gente tem que fazer isso antes da colheita da soja, porque as traders já querem fazer a compra da soja física desse grupo”, explica Jaila.
Saiba mais sobre o primeiro projeto da Produzindo Certo na Argentina