De ONG para empresa, de 1.100 propriedades para 7.500, de seis dias para o processamento dos dados socioambientais das fazendas para pouco mais de uma hora. De 2019 até hoje, a Produzindo Certo passou por diversas transformações, ganhou escala e se consolidou como uma agtech especializada na estruturação de cadeias agropecuárias sustentáveis.
Foi essa história, os frutos colhidos até agora e as metas semeadas para os próximos anos que a CEO da empresa, Aline Locks, contou em entrevista para o Rural Ventures, podcast focado nas empresas de tecnologia do agronegócio, apresentado Fernando Rodrigues e Kieran Gartlan.
“A gente começou na região do Xingu, visitando fazenda, tentando entender a perspectiva do produtor sobre essa questão ambiental e de sustentabilidade e tentando entender de que forma a gente poderia ajudar esses produtores que queriam fazer a coisa certa”, contou Aline ao falar do início da atuação da Aliança da Terra, Organização Não Governamental (ONG), que deu origem a Produzindo Certo.
A instituição foi criada em 2006 pelo pecuarista americano John Carter, o cientista também americano Daniel Nepstad e o zootecnista brasileiro Ocimar Villela, com o objetivo de propor aos produtores rurais soluções capazes de unir a sustentabilidade e o agronegócio.
Na época havia muita insegurança jurídica no campo, pouco se entendia sobre a legislação ambiental e o tema meio ambiente e produção ainda era bastante árido.
Tanto a CEO da Produzindo Certo quanto o COO, Charton Locks, trabalharam na Aliança da Terra desde o início. Apesar da grande dificuldade para entrar nas fazendas e convencer os produtores a fazerem o recém-criado diagnóstico socioambiental e as adequações necessárias, aos poucos a ONG foi crescendo e ganhando a confiança do setor.
“O que te alimentava?”, perguntou um dos apresentadores durante o bate-papo de pouco mais de 50 minutos. “Ver que o produtor arrumava, fazias as coisas na propriedade a partir daquele diagnóstico, da nossa orientação”, respondeu Aline.
Mas para Charton e Aline era preciso ultrapassar fronteiras, conquistar o mercado, ganhar escala, remunerar o produtor pelas boas práticas, aprimorar a assistência técnica em sustentabilidade e ampliar o acesso a esse serviço.
E para alcançar planos tão ambiciosos, nasceu em 2019 a Produzindo Certo. Uma grande aposta que em pouco tempo alcançou resultados expressivos.
De 1.100 propriedades no início, hoje são 7.500 em todo país, parte já sendo remunerada pelo mercado por adotar um modelo agropecuário mais responsável.
“A gente tem na plataforma 7.500 produtores, desses eu posso te dizer que cerca de 350 estão recebendo de fato, com dinheiro na conta, algum diferencial. Três anos atrás era zero”, destacou Aline durante a entrevista.
O crescimento dos últimos anos, como é detalhado na entrevista, é resultado do grande investimento feito em tecnologia, em profissionais especializados, da demanda crescente nos mercados nacional e internacional, entre outros fatores.
E há muito mais espaço para crescer, como reforçou a CEO da Produzindo Certo. “A gente tem a ambição de nos próximos cinco anos chegar a 40 mil propriedades dentro da plataforma”.
Assista abaixo à entrevista completa: