Com boas práticas ele tornou uma fazenda degradada um modelo de produção sustentável
De uma propriedade com pastagens degradadas e sem áreas de preservação para uma fazenda altamente produtiva, que preserva as nascentes, e adota técnicas modernas e sustentáveis como a ILPF (Integração Lavoura Pecuária Floresta) e o plantio direto, no município de Jaciara, a cerca de 140 km de Cuiabá, no Mato Grosso.
Essa é, em uma frase, o resumo da história da Agropecuária Schinoca. Orgulhoso, o proprietário, Alcindo Jorge Schinoca, gosta de identificar como “produtor de carne, grãos, floresta e água”. E é exatamente o que ele faz.
A propriedade foi adquirida pela família em uma situação bastante difícil. “Tudo era pastagem degradada e erosão”, lembra Schinoca. Aos poucos, a partir de muito trabalho e da adoção de boas práticas, o cenário foi sendo revertido. As áreas com vegetação foram cercadas, para evitar o acesso dos animais, e foi iniciada a recuperação das pastagens e das nascentes.
Um fator decisivo foi a adoção de um sistema integrado de produção. “Uma atividade complementa a outra. É assim o ano todo”, destaca o produtor. A principal atividade hoje da propriedade é a agricultura, com a produção de soja e milho. Mas Schinoca, um dos convidados da segunda edição da série Vozes Responsáveis ao Vivo, é inquieto. A família também está testando o cultivo de trigo no cerrado, investe na pecuária, com cria, recria e engorda, mantém uma floresta de eucalipto, que favorece a qualidade do ar e a recuperação das áreas degradadas, além da preocupação ambiental. “Preservamos todas as nascentes e APPs”, afirma.
As nascentes e córregos d’água cercados e protegidos contribuem para a disponibilidade de água na região. A fazenda também produz energia solar suficiente para todas as atividades, incluindo o armazém, o secador e a fábrica de ração.
Ainda falta reconhecimento
Apesar de ser um trabalho fundamental para as atuais e, principalmente, para as futuras gerações, ainda falta valorização. “Estamos há mais de cinco anos neste trabalho esperando um dia ser reconhecido e vejo só balela e burocracia quanto ao reconhecimento desses benefícios e geração de renda”, desaba o agropecuarista.
“Hoje a sociedade urbana só sabe cobrar do agropecuarista, mas não vejo ação positiva para quem produz certo, só sabem cobrar”, complementa. Apesar dp desabajo, Schinoca não se abala e sabe exatamente onde quer chegar com a produção responsável. Se a geração dele não tinha esse conhecimento e só visava a produção, daqui pra frente a preocupação é com a recuperação e com a preservação. “O maior patrimônio do agro é melhorar o mais que puder para as gerações vindouras”.