A (r)evolução do Pará - Produzindo Certo
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A (r)evolução do Pará

Em 2024, a Produzindo Certo vai ampliar a sua atuação na pecuária. Em parceria com a organização Aliança da Terra e com aporte financeiro da Bezos Earth Fund, fundo de investimentos filantrópicos do dono da Amazon, Jeff Bezos, a empresa atuará para apoiar a expansão da pecuária responsável em até 300 fazendas no Estado do Pará.

O objetivo é alcançar o desmatamento ilegal zero nos próximos três anos, criando o maior sistema de rastreabilidade animal do mundo – incluindo carne, laticínios e couro. E, ainda, trazer incentivos florestais positivos para criadores de gado e pecuaristas.

Os produtores beneficiados pela iniciativa serão cadastrados na Plataforma Produzindo Certo (PPC), receberão assistência técnica gratuita, vão conhecer o programa estadual de carbono e poderão contribuir com as discussões desse mercado, que está em desenvolvimento.

Os pecuaristas que têm interesse em participar já podem entrar em contato com a Produzindo Certo e agendar um atendimento gratuito.

“Nós vamos trabalhar com 300 fazendas de pecuária do Pará e apoiar a originação de pelo menos um milhão de animais que são produzidos em área livre de desmatamento ilegal, com boas práticas de produção e com rastreabilidade”, contou o COO da Produzindo Certo, Charton Locks.

As reuniões para o alinhamento do projeto já começaram. Uma delas foi realizada na primeira semana de fevereiro, na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas/PA).

Participaram do encontro, o Secretário Adjunto Raul Protázio, a Diretora de Mudanças Climáticas, Renata Nobre, a Coordenadora de Conformidade de Cadeias Produtivas, Indara Roumié, o Diretor e a coordenadora do Earth Innovation Institute, Daniel Nepstad e Lucélia Avi respectivamente, além da CEO da Produzindo Certo, Aline Locks, e do Gerente de Projetos, Fabio Almeida.

“Realizamos reuniões com a Semas para traçar uma estratégia que esteja alinhada com os programas e planos estaduais já existentes, tais como o Programa de Pagamento por Serviços Ambientais do Pará (PSA), o Programa e Sistema Jurisdicional de REDD+, o Programa de Integridade e Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Pecuária de Bovídeos do Estado do Pará e o Plano de Recuperação da Vegetação Nativa do Estado do Pará (PRVN-PA)”, explicou Aline Locks.

Reunião de apresentação do projeto na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas/PA)

A capital mundial da sustentabilidade

O projeto se destaca entre muitos outros que têm ajudado a transformar o Pará em uma vitrine da produção sustentável. E que deve ficar ainda mais exposta nos próximos meses, à medida em que se aproxima a data de um evento que deve ser um divisor de águas para o setor.

Confirmada oficialmente como sede da Conferência do Clima sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em novembro de 2025, Belém, a capital do Pará, se prepara para realizar uma edição histórica do evento. Será a primeira vez que a Amazônia vai sediar a conferência.

“Vamos mostrar que somos capazes de aproveitar esta oportunidade para buscar soluções para o meio ambiente e para o nosso povo que vive na Amazônia”, disse o governador do Estado, Helder Barbalho.

Como o segundo maior estado do Brasil e o mais populoso da região amazônica, com cerca de 8,7 milhões de habitantes, o Pará está prestes a se tornar o centro global das discussões sobre as mudanças climáticas.

Desde já o estado está empenhado em mostrar ao mundo projetos socioambientais de sucesso e, por conta disso, tem reforçado parcerias e realiza diversas iniciativas neste sentido. O Portal da Produzindo Certo selecionou algumas delas. Confira:

Programa Estadual de Integridade e Desenvolvimento da Cadeia da Pecuária

Anunciado durante a COP 28,  o programa foi idealizado pelo Governo do Pará e visa obter o controle efetivo do trânsito de cada animal que circula pelo território paraense, tendo como pilar a rastreabilidade do gado, a fim de preservar a cadeia em todas as fases, da produção à comercialização.

A iniciativa também será vinculada aos demais programas ambientais já implantados, segundo a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará). Os objetivos são garantir o desenvolvimento da cadeia e a qualidade do rebanho, promovendo sustentabilidade e aumentando a produtividade e renda dos produtores.

O cronograma do programa prevê o início das ações em 2024 e a finalização em 2026, para que todos os animais sejam identificados no estado.

Plano Estadual de Bioeconomia (PlanBio)

Como defendeu o Governador do Estado, Helder Barbalho, durante a COP 28, em dezembro de 2023, a vocação econômica escolhida pelo Pará é a bioeconomia. Sob essa perspectiva, foi lançando em 2022 o Plano Estadual de Bioeconomia (PlanBio).

O Governo paraense acaba de celebrar os resultados do primeiro ano de realização da iniciativa. Já são 275 negócios apoiados, cerca de 67 mil pessoas impactadas de forma direta e investimento superior a R$ 34 milhões.

Coordenado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), O PlanBio tem como objetivos incentivar a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação ambiental, além de apoiar negócios que utilizem a biodiversidade local de forma sustentável e com valor agregado.

Estima-se que custará em torno de R$ 1,2 bilhão nos próximos cinco anos, financiados pelos governos estadual e federal, além de fontes externas.

Programa de Pagamento por Serviços Ambientais do Pará (PSA)

O Programa Estadual de Pagamento por Serviços Ambientais tem como objetivo incentivar a preservação dos ecossistemas, recursos hídricos, solo, biodiversidade, patrimônio genético e conhecimentos tradicionais associados.

Visa valorizar os serviços ecossistêmicos nos âmbitos econômico, social e cultural, com foco na redução de emissões de gases de efeito estufa e na promoção da regularização ambiental e fundiária.

Pretende beneficiar produtores rurais que, a partir do programa, passarão a receber incentivos econômicos pela preservação de seus territórios e contribuirão com o cumprimento das metas estabelecidas no Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA).

Plano de Recuperação da Vegetação Nativa do Estado do Pará (PRVN-PA)

O Programa Estadual de Recuperação da Vegetação Nativa visa articular, integrar e promover projetos e ações indutoras da recuperação de florestas e demais formas de vegetação nativa, incluindo os manguezais e contribuindo com a redução das emissões líquidas através do sequestro de Gases de Efeito Estufa (GEE).

Será implementado por meio do Plano de Recuperação da Vegetação Nativa do Estado do Pará (PRVN-PA), que é um compromisso coletivo que beneficia e envolve toda a sociedade.

O Plano apresenta as medidas necessárias para que o estado alcance suas metas de reflorestamento, que vão além da recuperação da vegetação nativa.

Protocolo Verde dos Grãos

Criado em 2014, o Protocolo Verde dos Grãos do Pará é um acordo firmado entre o Governo do Estado, municípios, associações e empresas da cadeia de grãos e o Ministério Público Federal com o objetivo de estabelecer procedimentos comerciais que assegurem a regularidade ambiental e social em toda a cadeia produtiva, promovendo a mitigação dos desmatamentos ilegais no estado do Pará.

Cerca de 3,2 milhões de toneladas de soja do Pará, aproximadamente 96% da produção do Estado, estão em conformidade com os requisitos socioambientais exigidos pelo Protocolo, de acordo com dados de 2022, divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais.

Fontes:

Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará

Earth Innovation Institute